Sean Connery, primeiro intérprete do personagem “James Bond”, morre aos 90 anos

 
Uma das maiores estrelas do cinema, o ator escocês Sean Connery morreu aos 90 anos, noticiaram neste sábado (31) as emissoras BBC e Sky News. A causa da morte não foi divulgada.

De acordo com a família, Connery morreu enquanto dormia nas Bahamas, onde morava há anos. Ele estaria doente há algum tempo. “É um dia triste para todos que conheciam e amavam meu pai e uma triste perda para todas as pessoas ao redor do mundo que gostaram do maravilhoso presente que ele deu como ator”, afirmou seu filho Jason à BBC.

Connery estava afastado da vida pública há algum tempo. O ator escocês ganhou fama internacional ao dar vida ao agente secreto James Bond, sendo o primeiro ator a interpretar o personagem no cinema.

“Fiquei com o coração partido nesta manhã ao saber da morte de Sir Sean Connery. Sean era uma lenda global, mas acima de tudo, era um patriota e um escocês orgulhoso”, afirmou a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon.

Filho de um caminhoneiro e de uma empregada doméstica, Connery nasceu em 25 de agosto de 1930 e foi criado quase na pobreza em favelas de Edimburgo. Abandonou a escola aos 13 anos e aos 16 anos entrou para Marinha Real, onde ficou três anos, até ser considerado inválido por ter úlceras estomacais.

Antes de alcançar a fama, trabalhou como polidor de caixões, entregador de leite, caminhoneiro, salva-vidas e modelo no Edinburgh College of Art. Em Edimburgo, ganhou reputação de “homem duro” por enfrentar uma gangue de seis homens que lhe tentaram roubar o casaco.

Essa fama, junto com o hobby de fisiculturismo, o ajudou mais tarde a conquistar o papel do espião James Bond, o agente secreto britânico 007, criado pelo escrito Ian Fleming.

Carreira de ator

Connery chegou a participar da competição de Mister Universo, onde um outro competidor o incentivou a fazer testes para ator. Seu primeiro grande papel surgiu em 1958, como protagonista do romance “Vítima de uma Paixão”. Em 1962, interpretou o papel que lhe daria fama mundial: James Bond, no primeiro filme da franquia 007, “Dr. No”.

Como Bond, com seus modos galantes e humor irônico, ele definiu as principais características do personagem que seria interpretado por diversos atores posteriormente. Connery criou ainda o jargão “Bond, James Bond”.

Apesar de ter alcançado a fama com o agente secreto, o ator não gostava de ser definido pelo personagem que interpretou sete vezes no cinema, e certa vez disse que “odiava aquele maldito James Bond”.

 
Alto, bonito e com uma voz marcante, Connery deu vida a personagens notáveis no cinema, participando de sucessos como “Caça ao Outubro Vermelho”, “Indiana Jones e a Última Cruzada”, “O Rochedo” e “O Nome da Rosa”. Em 1988, ganhou um Oscar como melhor ator coadjuvante pela interpretação de um policial durão de Chicago em “Os Intocáveis”. Em 1996, recebeu um Globo de Ouro por sua carreira.

Ele foi agraciado ainda com dois BAFTA, da academia britânica de cinema e televisão: em 1988 por sua interpretação de frade franciscano William de Baskerville, em “O Nome da Rosa”, e em 1998 por sua contribuição para o cinema mundial.

Carismático e de personalidade forte Connery foi eleito em 1989, com 59 anos, o “homem vivo mais sexy do mundo” pela revista People, título que o ator recebeu com humor. “Bom, não existem muitos mortos sensuais, não é?”, afirmou à época.

Em 2000, Connery foi nomeado cavaleiro pela rainha da Inglaterra Elisabeth 2ª, passando a poder ser designado como Sir. Na cerimônia, o defensor ferrenho da independência da Escócia usou um traje típico escocês. “É um dos dias de maior orgulho da minha vida”, disse o recém Sir a repórteres na ocasião.

Últimos anos

Depois de atuar em “A Liga dos Cavalheiros Extraordinários”, em 2003, o ator, em meio a disputas com o diretor do filme, deixou o cinema. “Estou farto de lidar com idiotas”, afirmou ao anunciar a aposentadoria.

Desde então, vivia nas Bahamas. Cinco anos depois de seu último filme, em 2008, o ator, que defendia a independência da Escócia, lançou um livro autobiográfico intitulado “Being a Scot” (Ser Escocês), no qual disse que “ser escocês fez toda a diferença” na sua vida.

Casou duas vezes, primeiro com a atriz australiana Diane Cilento, com quem teve o seu único filho, Jason, e depois com a sua atual companheira, a artista francesa Micheline Roquebrune.

Em 1999, depois de ter vendido sua propriedade em Marbella, na Espanha, Connery e Roquebrune foram investigados por suspeita de fraude ao Tesouro espanhol em cerca de 6,1 milhões de euros, mas o ator, ao contrário da sua mulher, não chegou a ser processado.

Uma das últimas vezes em que apareceu publicamente foi em uma fotografia publicada por sua nora, a cantora irlandesa Fiona Ufton, atual parceira de Jason, há um ano, no Instagram. (Com agências internacionais)

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