Em nova demonstração de sabujice, Bolsonaro recorre à teoria da conspiração para bajular Donald Trump

 
Sempre amparado pelo “achismo”, o que revela o perigo enfrentado pelo Brasil e pelos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro decidiu se manifestar nesta terça-feira (3) sobre as eleições presidenciais americanas, em cujo palco rivalizam o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden.

Dedicando a Trump uma sabujice nauseante, Bolsonaro criticou nas redes sociais, sem apresentar qualquer prova, a “ingerência de outras potências” na disputa pela Casa Branca. O presidente brasileiro aproveitou o tema, fruto do devaneio trompista, para lançar o factoide de possível interferência na eleição presidencial de 2022, quando Bolsonaro tentará a reeleição.

“É inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais”, escreveu Bolsonaro no Twitter. “Até por isso, no campo das informações, há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências, no resultado final das urnas. No Brasil, em especial pelo seu potencial agropecuário, poderemos sofrer uma decisiva interferência externa, na busca, desde já, de uma política interna simpática a essas potências, visando às eleições de 2022.”

O presidente aproveitou a postagem para afirmar que a América Latina caminha para a esquerda. “Não se trata apenas do Brasil. Devemos nos inteirar, cada vez mais, do porquê, e por ação de quem, a América do Sul está caminhando para a esquerda. Nosso bem maior, a liberdade, continua sendo ameaçado. Nessa batalha, fica evidente que a segurança alimentar, para alguns países, torna-se tão importante e aí se inclui, como prioridade, o domínio da própria Amazônia.”

 
Despreparado e desprovido de estofo para cargo de tamanha importância e responsabilidade, como é a Presidência da República, Bolsonaro é o principal fomentador da teoria da conspiração que grassa nos corredores do Palácio do Planalto e é mantida em alta pelos generais que integram a cúpula do governo, como se o Brasil não precisasse de ações concretas e pragmáticas para sair do atoleiro da crise.

A declaração de Bolsonaro acerca das eleições americanas é mais uma estultice a envergonhar os brasileiros, mas quem conhece a ignorância do presidente acerca de vários temas não se surpreende. No tocante à eleição de 2022, o presidente da República insiste na teoria da fraude, mas ignora o fato que se isso realmente fosse verdadeiro sua eleição em 2018 estaria sob suspeita, assim como todas as anteriores para a Câmara dos Deputados.

Bolsonaro, ciente de que uma derrota de Donald Trump provocará estragos na obtusa diplomacia brasileira, prepara o terreno para um discurso de reaproximação com outras nações, em especial com a China, sem abandonar o discurso irresponsável que afundou ainda mais o País na vala da crise. Isso porque a política externa comandada por Ernesto Araújo poderá ir pelos ares juntamente com Trump.

A estratégia de Bolsonaro de incentivar a divisão ideológica da sociedade, surgiu em cena na eleição de 2018, começa a perder força, fenômeno que poderá se repetir nos Estados Unidos, país que dificilmente será o mesmo depois das eleições desta terça-feira, não importando o resultado das urnas e do colégio eleitoral.

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