Há quatro dias sem energia elétrica, Amapá tem filas para água e combustível

 
O estado do Amapá enfrenta um apagão de grandes proporções no fornecimento de energia elétrica desde a noite da última terça-feira (3), que atinge 13 dos 16 municípios do estado e 89% de sua população.

A falta de eletricidade afetou o abastecimento de água, os sistemas de telefonia fixa e móvel, o acesso à internet e o funcionamento dos postos de gasolina. Há longas filas para obter água e para comprar gelo e combustível nos estabelecimentos que contam com geradores. Caixas eletrônicos e máquinas de cartão não funcionam e, nos hospitais, o fornecimento é garantido por geradores a diesel.

O problema começou com um incêndio na principal subestação de energia do estado, na zona norte de Macapá, durante uma forte chuva com raios. As chamas destruíram um dos transformadores do local e atingiram um segundo transformador que ficava próximo. Um terceiro transformador está fora de funcionamento desde dezembro de 2019.

Apenas as cidades amapaenses de Oiapoque, no extremo norte e que faz fronteira com a Guiana Francesa, e Laranjal do Jari e Vitória do Jari, no sul, não foram atingidas pelo apagão, pois têm fornecimento de eletricidade isolado do resto do estado.

O governo federal criou um gabinete de crise para buscar soluções para restabelecer a rede elétrica no estado e, na quinta-feira, anunciou três medidas. A primeira delas é a recuperação de um dos transformadores na subestação de Macapá.

Para que esse transformador entre em operação, são necessárias três novas máquinas de purificação do óleo usado no sistema. Uma delas já chegou a Macapá por balsa e outras duas devem chegar por via aérea nesta sexta-feira, levadas por uma aeronave C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que viajou à capital do Amapá na noite de quarta-feira, estima que o reparo desse transformador seja concluído até o final desta sexta, o que restabeleceria de 60% a 70% da carga de energia no estado.

 
A segunda iniciativa do governo federal é trazer dois transformadores de outras cidades, um de Laranjal do Jari e outro de Boa Vista, em Roraima. Cada transformador, porém, pesa cerca de cem toneladas e o processo de transporte e montagem deve levar 15 dias para o primeiro transformador e 30 dias para o segundo.

O governo também comprará geradores de energia a combustível no Amazonas e os levará de avião e balsa até o Amapá, para usá-los enquanto os novos transformadores não entram em operação. Uma aeronave KC-390 da Força Aérea Brasileira foi deslocada até Manaus para efetuar esse transporte.

Estado de calamidade

Na quinta-feira, o prefeito de Macapá, Clécio Luís (sem partido), decretou estado de calamidade pública na cidade por 30 dias. Postos de gasolina, que tinham seu horário de funcionamento restrito por causa da pandemia, foram autorizados a funcionar 24 horas, e caminhões-pipas foram mobilizados para abastecer hospitais e Unidades Básicas de Saúde em alguns bairros da capital.

Na sexta-feira, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), assinou decreto estabelecendo estado de emergência em todo o estado, o que facilita o acesso a recursos emergenciais do governo federal.

Além do ministro de Minas e Energia, viajaram para Macapá na noite de quarta-feira o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, André Pepitone, e o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi.

O Ministério de Minas e Energia abriu uma investigação para apurar as causas do incêndio, se houve falhas na falta de peças de reposição e por que o terceiro gerador está em manutenção há quase um ano. A investigação tem prazo de 30 dias para ser concluída.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que é do Amapá, participa das articulações para buscar uma solução ao apagão e tem se manifestado em suas redes sociais sobre o tema. Seu irmão Josiel Alcolumbre (DEM) é candidato à prefeitura de Macapá e lidera as pesquisas de intenção de voto. (Com agências de notícias)

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