Não politizem a vacina!

(*) Gisele leite

Não politizem a questão da vacina. O vírus é real, concreto e mortal. Não é uma “gripezinha”. Não obstante existam pessoas dizendo o contrário. A ciência e os estudiosos estão produzindo vacinas e, submetendo-as aos testes e procedimentos necessários para sua aprovação.

Não politizem a questão da vacina, isso é criminoso. Significa ceifar vidas e sobrecarregar um sistema de saúde pública já tão precarizado. A ignorância do capitão reformado não justifica a subserviência de autoridades que têm o dever de atuar com lisura e imparcialidade. A vacina é importante para que voltemos ao ciclo normal na economia e na cidadania brasileira.

Recentemente, um dos voluntários que testavam a vacina morreu devido a suicídio. E em razão disso interrompeu-se os testes da Coronavac. Outro fator relevante, a vacina não tem nacionalidade. Não é chinesa, tailandesa nem brasileira.

Somente pessoas possuem nacionalidades, exceto apátridas. Mas mesmo os apátridas são também merecedores de respeito de sua dignidade humana. Ademais, a maioria dos insumos de todas as vacinas que estão em andamento é mesma originária da China. Nem por isso são desprezíveis.

Parem de polarizar a política brasileira. Estamos naufragando em retrocesso social abominável. Nunca, por mais humilde que fosse o curriculum do Presidente da República, ouvimos barbaridades tão insólitas e desgastantes. Mas isso vai passar. Não é eterno, nem será.

A vacinação é corolário do direito à saúde, não é uma agressão à liberdade dos cidadãos. O atual presidente da República do Brasil afirmou que mesmo que aprovada a vacina pela Anvisa não comprará a Coronovac.

Após registrar-se mais de cento e sessenta e três mil mortos, o Presidente, em rede social, comemora que ganhou, em razão da interrupção dos testes da vacina Coronovac. Quem ou o que ganhou? Perdemos todos os nós… pois descumpre o dever de respeitar a dignidade da pessoa humana e, ainda, ofende-nos, afirmando que precisamos deixar de ser um “país de maricas”.

Infelizmente, foram os “maricas” que o elegeram. Mas a história deixará suas lições, e, como eternos aprendizes que somos, aprenderemos seja pela dor ou pelo amor.

(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

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