Com fracasso de Bolsonaro e atraso nas apurações, eleições municipais deixam importantes mensagens

 
As eleições municipais de 2020 foram marcadas por dois pontos importantes: o atraso na apuração dos votos, fruto de ataque de hackers aos servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que precisou apartar um dos supercomputadores da Corte Eleitoral para manter intacto um backup dos dados, e o fracasso político do presidente Jair Bolsonaro, que fracassou sobejamente ao tentar alavancar candidatos em importantes cidades brasileiras.

A questão tecnológica deve ser encarada como resultado da prudência do presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, que preferiu não correr o risco de colocar as eleições em xeque por suspeitas de fraude nas urnas eletrônicas, assunto que foi um convite para os adeptos da teoria da conspiração.

Essa estratégia rasteira já está sendo usada por aliados de Bolsonaro, que foram às redes sociais para, invocando a possibilidade de fraude, justificar a derrocada do chefe do Executivo federal, que em dois anos desidratou politicamente, voltando ao mesmo tamanho de antes da eleição de 2018, como lembrou neste domingo (15) o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O fiasco foi tamanho, que Bolsonaro apagou das redes sociais pedidos para que seus seguidores votassem nos candidatos que tinham seu apoio. O devaneio negacionista não precisou de muito tempo para colocar em cena a discussão sobre o voto impresso, um retrocesso tremendo se considerado o permanente avanço da tecnologia.

 
Bolsonaro, que foi aconselhado por assessores palacianos a não apoiar candidatos nas eleições municipais, pode ter percebido na esteira dos resultados que continuar sonhando com a reeleição exigirá muito trabalho e moderação discursiva, além de ação, pois desde a posse o presidente nada fez, exceto permanecer no palanque com os olhos em 2022.

Não obstante, os resultados confirmam o que o UCHO.INFO vem afirmando desde a corrida presidencial de 2018: Jair Bolsonaro venceu a disputa de então graças às lambanças do Partido dos Trabalhadores. Sem ter com quem rivalizar, até porque o PT encolheu sobremaneira, o presidente revelou ao País, mesmo de fora das eleições municipais, o fracasso que representa em termos políticos.

O Brasil não pode ser refém de políticos responsáveis e populistas que, descolados da realidade, “vendem” ao incauto cidadão teorias absurdas que não tiram o País da crise nem melhoram a vida dos brasileiros, pelo contrário.

A pandemia do novo coronavírus colocou uma enorme e potente lupa sobre a tragédia social reinante no País, o que exige a adoção de medidas urgentes para minimizar esse cenário, ao mesmo tempo em que o cidadão não deve apostar em promessas que, mesmo teoricamente lógicas, têm enorme chance de tropeçar no campo da prática. Até porque, cada município brasileiro, não importando o tamanho e a pujança, depende de orçamento público e responsabilidade fiscal por parte do governante.

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