O capital político do presidente Jair Bolsonaro saiu chamuscado das eleições municipais, como mencionamos em matéria anterior. Se o domingo do chefe do Executivo federal não foi dos melhores em razão do fracasso nas urnas da extensa maioria dos candidatos que receberam seu apoio, um detalhe nessa disputa eleitoral chamou a atenção: o desempenho de Carlos Bolsonaro, reeleito para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Responsável por administrar as contas que o presidente mantém nas redes sociais e sabidamente o filho predileto do chefe do clã Bolsonaro, Carlos arrancou das urnas cariocas 71 mil votos, 35 mil a menos na comparação com a eleição de 2016. Considerando o atual status político do pai, que fez campanha escancarada em seu favor, Carlos Bolsonaro deveria ter obtido melhor performance nas urnas. A família Bolsonaro esperava que o “02” conquistasse pelo menos 150 mil votos, mas teve se contentar com menos da metade.
Carlos Bolsonaro deveria considerar o resultado eleitoral, que lhe garantiu um sexto mandato no Legislativo da capital fluminense, como sinal de que o sonho do pai de se reeleger em 2022 tem ingredientes para acabar em pesadelo.
Muito pior do que esse quadro é a irresponsabilidade do eleitor carioca, que concedeu novo mandato a um parlamentar que passa a maior parte do tempo destilando ódio nas redes sociais, como forma de manter uma falsa redoma no entorno do presidente da República.
Para agravar um cenário que não é dos melhores, Carlos Bolsonaro, o Carluxo, cuida dos interesses obtusos da Presidência da República enquanto é custeado pelo suado dinheiro do contribuinte da Cidade Maravilhosa, que sangra em meio a uma enxurrada de problemas dos mais diversos. Pelo que sabe, um edil deve se preocupar com as questões relacionadas ao município onde foi eleito, não com o “gabinete do ódio”.
Não obstante, tomando por base que Jair Bolsonaro foi eleito em 2018 a reboque da promessa de resgatar a ética na política e combater a corrupção, reeleger o filho “02” é uma clara demonstração de irresponsabilidade de parte do eleitorado da capital fluminense, que parece ter fechado os olhos para os escândalos que chacoalham a família presidencial.
Carlos Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pela prática de “rachadinhas”, especialidade do irmão Flávio, e por empregar em seu gabinete funcionários fantasmas. Alguns desses “fantasmas” também transitaram (sic) no gabinete de Flávio na Alerj. Mesmo assim, Jair Bolsonaro ousa falar em mudanças e afirma que o Brasil não pode perder essa derradeira oportunidade. Para quem subiu alguns degraus na escada da política nacional, a família Bolsonaro é uma ode ao deboche e à hipocrisia.
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.