Resultados das eleições mostram que Bolsonaro está refém do “Centrão” e terá de aderir de vez à “velha política”

 
Quem analisa cuidadosamente o mapa do Brasil sob o prisma eleitoral não demora a perceber que os principais partidos do chamado “Centrão” – PP, PL, Republicanos, Solidariedade e PTB – conquistaram 886 prefeituras, o que faz o bloco partidário ainda mais forte. Tomando por base que legendas como DEM, PSD, MDB costumam se alinhar ao governo em muitas votações, o número de prefeituras que estarão sob o comando desses partidos a partir de 1º de janeiro sobe para 2.028.

Considerando que o Brasil possui 5.570 municípios, o “Centrão” ampliado terá sob controle 36,41% de todas as prefeituras do País. No caso do DEM, ao qual é filiado o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), o partido conquistou no primeiro turno as prefeituras de três importantes capitais: Salvador, Curitiba e Florianópolis. Na capital baiana, o atual prefeito e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, conseguiu eleger o seu vice. Em Curitiba e Florianópolis, Rafael Greca e Gean Loureiro, respectivamente, foram reeleitos.

Esse cenário faz, desde já, do presidente Jair Bolsonaro um refém ainda maior do “Centrão”, que não tem cerimônia no momento de exigir a contrapartida para apoiar um governo pífio e perdido em meio a tantas promessas de campanha.

 
Como tem afirmado o UCHO.INFO desde a corrida presidencial de 2018, que Bolsonaro, incompetente e desprovido de estofo para cargo de tamanha responsabilidade, é o que se conhece como “mais do mesmo”. O presidente da República, semanas após tomar posse no cargo, adotou o discurso da “velha política”, como se sugerisse que estava a sofrer pressão de partidos políticos para obter apoio no Congresso Nacional.

Caso queira cumprir o atual mandato, sem correr o risco de enfrentar um processo de impeachment no meio do caminho, Bolsonaro terá de aderir ainda mais àquilo que falsamente condenou: a “velha política” e o escambo institucionalizado.

Para quem demonizou a política nacional como forma de abrir caminho para chegar ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro é uma ode à hipocrisia e ao fiasco. Afinal, o discurso de combate à corrupção vai pelos ares no momento em que o presidente aceita lotear cargos entre políticos investigados ou acusados pela prática de crimes dos mais variados, como peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.

No contraponto, o avanço de alguns partidos do “Centrão” ampliado sobre prefeituras de todo o País mostra que Bolsonaro terá sérios problemas para levar adiante seu projeto de reeleição, Até porque, os resultados das eleições revelaram que o presidente voltou ao mesmo tamanho político que tinha antes de chegar ao Palácio do Planalto. Como na política discurso de patriotismo é da boca para fora, Bolsonaro terá de escolher entre pagar a fatura com valor atualizado ou ser abandonado pelos aliados (sic).

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