Após falsa autocrítica em razão do fiasco nas eleições, bolsonaristas insistem na tese de fraude no TSE

 
Como citou o UCHO.INFO em matéria anterior, a autocrítica dos bolsonaristas após o retumbante fiasco de Jair Bolsonaro nas eleições municipais, na esteira de candidaturas fracassadas que receberam seu apoio, não passa de um movimento falso que serve para garantir a sobrevivência política do presidente da República e manter em marcha o projeto de reeleição.

Quem entende minimamente de política sabe que o recado das urnas eleitorais foi “fora Bolsonaro”, algo que a cúpula do Palácio do Planalto temia que acontecesse, principalmente porque desde a posse o presidente nada fez em prol do país e agiu com irresponsabilidade genocida diante da pandemia do novo coronavírus, que ameaça voltar em segunda onda.

Esse cenário explica a investida dos apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais, onde destilaram a tese obtusa de fraude na apuração das eleições municipais. Na verdade, a demora na divulgação dos votos apurados decorreu de ataque cibernético aos computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos criminosos responsáveis pela ação são investigados pela Polícia Federal e podem ser presos a qualquer momento.

Sem ter como justificar a derrocada de Jair Bolsonaro como cabo eleitoral, seus apoiadores preferiram recorrer à teoria da conspiração, estratégia recorrente nesse governo incompetente e paralisado que está levando ao País na direção do retrocesso e do obscurantismo.

 
A falácia bolsonarista sobre fraude eleitoral serve para manter unida a horda de apoiadores e preparar o terreno para que o presidente tenha como justificar a entrega de mais cargos no governo ao sempre ávido Centrão, que saiu das eleições com muito mais força política do que imaginavam os palacianos.

Apesar de não prosperar por falta de provas e fundamentos, a tese da fraude eleitoral cria uma cortina de fumaça que tira o foco da opinião pública no em relação ao caso das malfadadas “rachadinhas”, que com o avanço das investigações deixou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) em situação extremamente delicada, correndo o risco de ser condenado por crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, podendo ser levado ao Conselho de Ética do Senado.

Bolsonaro sabe que seu projeto de reeleição sofreu um duro golpe das urnas municipais, o que exigirá aproximação ainda maior com os partidos do chamado Centrão, caso contrário suas ambições políticas irão pelos ares. Tal situação contaria o discurso contra a “velha política” e pode levar o presidente a perder apoiadores por conta de uma associação sabidamente espúria.

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