A segunda onda pandêmica. Ou oscilação da primeira

(*) Gisele Leite

Verifica-se no Brasil a chegada da segunda onda de contágio de Covid-19. Em São Paulo, as internações na rede municipal de saúde saltaram para 26% só nessa derradeira semana.

Com cenário similar também se encontra em outros Estados brasileiros, tais como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia entre outros. E os especialistas criticam a decisão do governo estadual de deixar para o fim do mês a revisão do plano de medidas de isolamento social.

A ocupação de leitos de UTI no Rio de Janeiro já passou de 90%, fazendo que a prefeitura emitisse um alerta às unidades de saúde recomendando a reativação de espaços reservados aos doentes.

Alguns estudiosos, no entanto, não reconhecem a segunda onda, e, sim, a mera oscilação da primeira onda pandêmica, pois não baixamos ao patamar necessário. Mas se trata de mero preciosismo acadêmico. O fato é que aumentou sensivelmente o número de infectados e de óbitos, o que requer redobrada atenção e medidas de enfrentamento da pandemia.

A média móvel de mortes na última semana é de 584, o que confirma a tendência de alta. No resto do mundo, registrou-se 11.099 mortes, o que representa novo recordo em um único dia desde o início da pandemia de Covid-19.

Infelizmente, o governo federal brasileiro em sua atuação continua confuso e inepto e, recentemente, o Ministério da Saúde através do Twitter publicou nota defendendo a manutenção do isolamento social e justificando a ausência de vacina ou remédio para o coronavírus.

Tal postagem contraria frontalmente o entendimento de Bolsonaro, então fora retirada sob a alegação de que continha informações equivocadas, sendo atribuída ao erro humano já corrigido.

A Pfizer e a Biontech anunciaram a conclusão da terceira fase da vacina contra o coronavírus e os dados já indicam eficácia na ordem de 95%, porém, apresenta problema logístico, pois tem que ser armazenada e transportada a temperatura de setenta graus celsius negativos.

Por sua vez, em São Paulo já chegaram as primeiras cento e vinte mil doses da Coronavac, vacina desenvolvida e produzida na China.

Já na tecnologia, o primeiro satélite 6G já se encontra em órbita, tendo sido lançado pela China, e será usado para a construção de cidades inteligentes, capaz de obter a prevenção de desastres e proteção do meio ambiente. Tal tecnologia é até cem vezes mais rápida do que a tecnologia do 5G, disponível no mercado atualmente.

A Coreia do Sul começará a testar a referida tecnologia em 2026 e disponível comercialmente somente a partir da 2028.

O STJ, finalmente, conseguiu restabelecer seu sistema de TI em quinze dias após os ataques sofridos que provocaram a paralisação dos processos na Corte brasileira. Enfim, a Justiça brasileira resta contaminada por vândalos.

Brasileiro tem que ser forte para resistir à pandemia, ao desgoverno e ainda aos vândalos cibernéticos.

(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

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