Com 59,38% dos votos válidos, Bruno Covas vence eleição em São Paulo e continua no comando da cidade

 
Prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) foi reeleito neste domingo (29). O tucano recebeu 59,38% dos votos válidos no segundo turno da disputa pela Prefeitura da maior cidade brasileira, com 100% das urnas apuradas. Seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL) obteve de 40,62% dos votos válidos.

“São Paulo disse sim ao equilíbrio e à moderação. (…) As urnas falaram e a democracia está viva. São Paulo mostra que faltam poucos dias para o obscurantismo e negacionismo. São Paulo disse sim à ciência e disse sim à moderação”, afirmou Covas após a vitória, em discurso na sede estadual do PSDB.

Outrora vice de João Dória Júnior (PSDB), Covas, de 40 anos, está à frente do Executivo paulistano desde 2018, quando o antigo titular deixou o cargo para disputar o governo do estadual. Filiado ao PSDB desde os 18 anos, Bruno Covas é neto do ex-governador de São Paulo, Mário Covas, fator que pesou significativamente na sua eleição, além da forma como o prefeito atuou no combate à pandemia do novo coronavírus.

Antes de assumir a Prefeitura, Bruno Covas foi deputado estadual, secretário estadual do Meio Ambiente e deputado federal. Desde outubro de 2019, Covas luta contra um câncer na cárdia, parte do corpo que fica entre o esôfago e o estômago.

Neste domingo, ao votar, Covas disse que pretende cumprir os quatro anos de mandato caso fosse reeleito. A pergunta sobre seus planos não foi por acaso, já que São Paulo tem uma tradição de políticos tucanos que deixam a prefeitura para disputar o governo. Além de Doria em 2018, o ex-governador e ex-prefeito José Serra seguiu caminho em 2006.

“Quero ser reeleito para entregar o cargo no dia 1º de janeiro de 2025”, disse Covas durante coletiva de imprensa após a votação.

 
No primeiro turno, Covas obteve 32,85% dos votos válidos, contra 20,24% de Boulos. Sem contar com grandes obras ou programas de destaque como chamariz para seus dois sua administração, a campanha de Covas se concentrou em promover a imagem de Covas, que foi propagandeado como um moderado e político experiente.

Contudo, a imagem de moderação sofreu alguns estilhaços. O principal alvo foi o candidato a vice escolhido pelo tucano: o vereador Ricardo Nunes (MDB), alçado ao posto como parte de uma aproximação entre o PSDB paulista e o MDB no estado com vistas para 2022.

Nunes acabou virando uma dor de cabeça para a campanha de Covas. O vereador foi acusado de violência doméstica pela mulher em 2011 e é alvo de um inquérito que investiga irregularidades na gestão de creches da capital paulista.

Por causa dos problemas de saúde de Covas, a biografia do seu vice passou a ser explorada por apoiadores de Boulos. O prefeito paulistano respondeu defendendo a escolha e apontando que Nunes não é réu em qualquer processo. Bruno também enfrentou questionamentos sobre seu passado recente, como sua proximidade com Doria, político que colou sua imagem ao bolsonarismo em 2018.

Apesar de ter permanecido na liderança das intenções de voto após o derretimento da campanha de Celso Russomanno (Republicanos) a partir da segunda quinzena de outubro, Bruno Covas viu sua confortável posição ser ameaçada nos últimos dias conforme Boulos diminuía a desvantagem, que caiu pela metade em dez dias, de acordo com os institutos de pesquisa.

Diferentemente do que apontaram as pesquisas eleitorais, Bruno Covas venceu a corrida ao trono paulista com uma diferença de quase 20 pontos percentuais, ou seja 1 milhão de votos válidos. Isso significa que a diferença entre ambos os candidatos detectada pelos institutos não se confirmou nas urnas.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.