Com 40,62% dos votos, Boulos dá ao PSOL a melhor votação do partido em disputa majoritária em SP

 
A disputa entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) pela Prefeitura da maior cidade brasileira, São Paulo, repetiu mais uma vez o costumeiro confronto entre forças de direita ou centro e a esquerda, cenário que domina eleições paulistanas desde 1988. Porém, pela primeira vez, a disputa entre forças rivais da política nacional não contou com um candidato competitivo do PT desde a volta das eleições diretas para prefeito em 1985.

O petista Jilmar Tatto terminou o primeiro turno com 8,65% dos votos, sem em nenhum momento ter sinalizado possibilidade de decolar nas pesquisas eleitorais. Com o Partido dos Trabalhadores ainda sofrendo os efeitos colaterais dos escândalos de corrupção que marcaram os governos de Lula e Dilma Rousseff, o papel de candidato forte da esquerda acabou com Boulos, líder do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Com 40,62% dos votos válidos (2.168.109 votos) no segundo turno, Boulos obteve deu ao PSOL a melhor votação da história da legenda em disputas pela Prefeitura de São Paulo. Em eleições anteriores, o partido jamais ultrapassou a barreira dos 3% dos votos válidos.

 
O protagonismo do PSOL na cidade São Paulo também foi visto como um possível teste para determinar o potencial de forças de esquerda não petistas em 2022 e contrapor o desgaste sofrido pelo PT nos últimos anos. Na sua campanha, Boulos, de 38 anos, montou uma espécie de ponte entre uma nova e velha esquerda. Ele escolheu como vice a veterana de disputas à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, de 85 anos.

Boulos conseguiu formar uma frente de apoio para o segundo turno com o PT, PDT, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PCB e Unidade Popular (UP), no que foi considerado como preâmbulo para a disputa presidencial de 2022. Apesar desse bloco esquerdista, escândalos que acompanham alguns próceres das respectivas legendas atrapalharam o desempenho do candidato PSOL, gostem ou não os apoiadores de Boulos.

A tese de que a coalizão de partidos de esquerda no segundo turno em favor de Boulos é um prefácio a se considerar em um cenário para 2022 não passa de devaneio político, pois fosse verdadeiro tal pensamento as legendas esquerdistas teriam se unido desde a primeira etapa da disputa em São Paulo. Apenas a título de informação, a esquerda como um todo lançou sete candidatos: Guilherme Boulos (PSOL), Márcio França (PSB), Jilmar Tatto (PT), Marina Helou (Rede), Orlando Silva (PCdoB), Vera (PSTU) e Antônio Carlos (PCO). Em outras palavras, prevaleceu a vaidade dos candidatos.

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