Relatório com nomes de jornalistas e influenciadores mostra o desespero de um governo autoritário e pífio

 
O presidente Jair Bolsonaro insiste em não reconhecer sua fragorosa derrotada nas eleições municipais de 2020. Esse fracasso político não decorre apenas do tropeço eleitoral de quase todos os candidatos que receberam o seu apoio, mas principalmente do desempenho positivo de outras legendas nas urnas, em especial as de centro, que já começam a deixar os palacianos preocupados. Os resultados das eleições apontam na direção de um cenário extremamente difícil para Bolsonaro em 2022, que poderá recorrer a absurdos, como já acontece.

Para contrapor esse quadro de dificuldade político-eleitoral antecipada, Bolsonaro novamente dá mostras da sua essência autoritarista ao autorizar ação do próprio governo para monitorar e listar jornalistas e formadores de opinião críticos à sua gestão. Isso remete aos tempos da ditadura militar, quando o direito à opinião foi suprimido durante a mais obscura etapa da história nacional.

A lista de jornalistas e formadores de opinião, divulgada com exclusividade pelo jornalista Rubens Valente, da “Folha de S. Paulo”, traz 83 nomes e revela detalhes da formação e da atividade profissional de cada um, assim como da linha de pensamento. Em suma, o Brasil novamente flerta com a ditadura.

Os brasileiros de bom-senso e amantes da liberdade não podem aceitar essa ação criminosa de um governo autoritário e inepto, pois o silêncio funcionará como endosso a um episódio que atenta claramente contra a democracia e o Estado de Direito.

 
Por outro lado, o fato de estar nessa espúria lista significa que tais profissionais estão no caminho certo e incomodando um governo que não tem apreço pela democracia e derrete a sombra da incompetência e da paralisia administrativa.

Outros nomes foram monitorados pelo núcleo duro palaciano, mas não constam da fatídica lista porque, muito além de opiniões críticas ao governo, têm informações e provas de casos de corrupção que ocorrem com as bênçãos do Palácio do Planalto e podem mandar o governo pelos ares a qualquer momento.

Quando Jair Bolsonaro ainda não havia oficializado sua candidatura ao Palácio do Planalto, em 2018, o UCHO.INFO afirmou que o então deputado federal era despreparado e, caso eleito, levaria o País ao retrocesso e ao obscurantismo. Além disso, afirmamos que em algum momento Bolsonaro daria um “cavalo de pau” na democracia brasileira, algo que começa a acontecer.

Em qualquer país razoavelmente sério e com autoridades corajosas e uma população com vergonha, Jair Bolsonaro já teria sido apeado do governo, não sem antes dar explicações sobre mais uma arbitrariedade. É importante que a sociedade fique atenta aos próximos movimentos do governo, já que novos capítulos dessa novela autoritária surgirão em breve, pois em jogo está a reeleição de Bolsonaro.

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