Inflação é a maior em 5 anos, revela o IBGE, e mostra o fiasco do governo Bolsonaro na área econômica

 
Ainda ministro da Economia, Paulo Guedes vive em um universo apartado da realidade, onde reinam promessas evasivas e declarações provocativas e estapafúrdias. Ou seja, Guedes nada tem de “Posto Ipiranga”. Na Presidência da República está instalado um político dissimulado e egocêntrico que recorre aos devaneios discursivos para agradar a turba que o aplaude sem parar.

Enquanto Paulo Guedes afirma que a economia brasileira apresenta recuperação em “V”, o que não é verdade, Jair Bolsonaro repete à exaustão o que desconhece e afirma que no campo econômico o Brasil se saiu bem durante a pandemia do novo coronavírus.

Bolsonaro e Guedes podem tentar enganar a parcela desavisada da opinião pública, mas os números da economia, em especial os do desemprego e da inflação que corrói o cotidiano não mentem jamais.

De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos alimentos sofreram mais uma forte alta em novembro, de 2,54%. Com o resultado do penúltimo mês do ano, a alta acumulada de janeiro a novembro alcançou 12,14% — a maior para um ano desde 2002, quando os alimentos subiram 19,47%.

Ainda faltando os dados de dezembro, no entanto, a inflação desse grupo deve fechar o ano com maior elevação, já que os preços dos gêneros alimentícios não dão sinal de trégua.

Gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov destacou que o índice de difusão do grupo de alimentos passou de 73% em outubro para 80%, o que “demonstra um maior espalhamento da alta de preços entre os produtos alimentícios”.

“A gente tem os mesmos fatores que continuam influenciando na alta dos preços dos alimentos, como o câmbio num patamar mais elevado, que estimula as exportações; o preço de algumas commodities mais alto no mercado internacional e, pelo lado da demanda, ainda tem influência do auxílio emergencial”, afirma Kislanov.

 
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Carnes pesaram no mês

A inflação dos alimentos de novembro foi a maior para um mês desde dezembro de 2019, quando ficou em 3,38%. Contudo, para meses de novembro, foi a maior desde 2002, quando chegou a 5,85%.

A carne é o item com maior peso na composição do indicador geral da inflação, com impacto de 0,18 ponto percentual no mês. A gasolina, que normalmente é o item mais impactante, foi a segunda maior influência em novembro, com impacto de 0,08 p.p., seguida pelo etanol, com impacto de 0,06 p.p.

A inflação das carnes passou de 4,25% em outubro para 6,54% em novembro, acumulando alta de 13,90% no ano. Já a do frango, passou de 2,41% em outubro para 5,17%, com o acumulado no ano ficando em 14,02%.

“Por causa do preço maior das carnes, pode estar ocorrendo substituição delas pelo frango, pressionando maior alta nos preços deste item”, explicou Pedro Kislanov.

Não é de hoje que o UCHO.INFO afirma que desde a estreia do governo Bolsonaro até hoje (quase dois anos) nada foi feito para amenizar o calvário enfrentado pelos trabalhadores. Pelo contrário, o que se vê é a deterioração do poder de compra da porção mais pobre da população, que cada vez mais tem dificuldades para colocar um prato de comida sobre a mesa.

Considerando que os mais pobres têm a maior parte da renda destinada à alimentação, os dados do IBGE apontam na direção de uma considerável piora na qualidade de vida do brasileiro.

Na seara do desemprego, o terceiro trimestre de 2020 fechou em 14,6%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE em 27 de novembro. Foi o maior índice de desemprego da série histórica da Pnad Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que calcula a desocupação oficial do País desde 2012.

Em números absolutos, o contingente de desempregados no trimestre encerrado em setembro era de 14,1 milhões de pessoas. Na comparação com o segundo trimestre do ano, 1,3 milhão de pessoas ingressaram na seara dos desempregados. A alta representa aumento de 10,2% em relação ao trimestre anterior e de 12,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2019, quando 12,5 milhões buscavam uma vaga de trabalho.

Para que o leitor consiga compreender a vastidão da tragédia, o salário mínimo vigente no País é de R$ 1.045,00, enquanto a remuneração básica ideal deveria ser de R$ 5.289,53, segundo o Departamento Intersindical e Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ou seja, salário mínimo equivale a 20% do que um trabalhador deveria receber para garantir o próprio sustento e o da família.

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