Desemprego bate novo recorde no 3º trimestre e chega a 14,6%; mais de 14,1 milhões estão sem trabalho

 
Ainda ministro da Economia, Paulo Guedes insiste em destilar teorias e a promover intrigas no campo político, enquanto nada faz para tirar o Brasil do atoleiro da crise. Muito antes o início do governo de Jair Bolsonaro, o UCHO.INFO já afirmava que Guedes é um teórico conhecido com dificuldades para colocar as ideias em prática. Talvez por falta de competência ou porque a teoria passa a anos-luz do campo da realidade.

Na campanha presidencial de 2018, Bolsonaro disse em um dos poucos debates entre candidatos, ainda no primeiro turno, ser o único capaz de solucionar os muitos problemas do País. Em seguida, passou a referir-se a Paulo Guedes como “Posto Ipiranga”, como se o agora ministro tivesse soluções para todas as questões.

Prova maior da incompetência do governo Bolsonaro, em especial na área econômica, está no campo do combate ao desemprego, que fechou o terceiro trimestre de 2020 em 14,6%, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se do maior índice de desemprego da série histórica da Pnad Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que calcula a desocupação oficial do País desde 2012.

Em números absolutos, o contingente de desempregados no trimestre encerrado em setembro era de 14,1 milhões de pessoas. Isso significa que esses brasileiros saíram às ruas em busca de uma ocupação, mas não lograram êxito.

Em comparação com o segundo trimestre do ano, 1,3 milhão de pessoas ingressaram no universo de desempregados. A alta representa aumento de 10,2% em relação ao trimestre anterior e de 12,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2019, quando 12,5 milhões buscavam uma vaga de trabalho.

 
Nesse cenário, outros números da PNAD Contínua causam preocupação. O reduto dos trabalhadores que desistiram de procurar emprego diante da dificuldade de encontrar uma vaga agora soma 5,9 milhões de pessoas. Esse número é recorde e contempla crescimento de 3,2% (183 mil pessoas) na comparação com o trimestre anterior. Considerando o número de desalentados do mesmo período de 2019, o quadro é ainda pior: alta de 24,7% (1,2 milhão de pessoas).

Há também os chamados “subutilizados”, que trabalham menos horas do que podem ou gostariam. Esse contingente saltou 3,9% (1,2 milhão), na comparação com o mês de junto ao todo são 33,2 milhões de brasileiros. Comparando com o mesmo período de 2019, o crescimento número de subutilizados foi de 20,9% (5,7 milhões).

O problema maior está nos trabalhadores informais, que durante a pandemia do novo coronavírus ficaram sem trabalho e recorreram, em sua maioria, ao auxílio emergencial, cujo pagamento termina em dezembro. Os informais representam mais da metade da força de trabalho do País, o que mostra a fragilidade da economia nacional e o risco que o País corre com esse quadro.

Com o salário mínimo atual valendo R$ 1.045,00, falar em recuperação econômica é devaneio de quem desconhece a realidade. O presidente da República reconheceu na quinta-feira (26) que o valor do salário mínimo é baixo, mas disse ser impossível aumentá-lo na atual conjuntura. Em um país que depende basicamente do consumo para acionar a engrenagem da economia, falar em crescimento sustentável da economia é um ato de enorme irresponsabilidade.

A situação apresenta-se ainda pior com a dificuldade do governo de rumar na direção do equilíbrio fiscal. Diante desse impasse, economistas já defendem a tese de que conter a alta da inflação não será tarefa fácil nesse cenário. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar tem impulsionado em razão alta nos preços dos insumos, em sua maioria importados.

Alguns economistas alegaram que a inflação enfrentada pelo consumidor nos últimos meses é fruto da injeção de recursos provenientes do auxílio emergencial, mas quando o fabricante decidir repassar o aumento nos preços dos insumos a situação deve piorar.

Enquanto isso, Bolsonaro continua em campanha pela reeleição e Paulo Guedes insiste na criação de um novo tributo nos moldes da famigerada e extinta CPMF. Mesmo assim, o brasileiro permanece contemplativo, como se vivesse no País de Alice, aquele das maravilhas.

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