Em apelo emotivo, Merkel pede que alemães respeitem o isolamento social e defende lockdown rígido

 
A chanceler alemã Angela Merkel defendeu, nesta quarta-feira (9), a imposição de restrições sociais mais rígidas para frear a propagação do novo coronavírus no país europeu.

Merkel manifestou-se explicitamente a favor das recomendações feitas na terça-feira pela Academia Nacional de Ciências Leopoldina. A instituição aconselhou o fim da presença obrigatória nas escolas a partir de 14 de dezembro, um período prolongado de férias escolares natalinas, o fechamento de todo o comércio com exceção do essencial a partir do Natal e que se adote sempre que possível o trabalho remoto.

A chanceler afirmou ser contra a abertura de hotéis para que famílias possam se reunir durante os feriados de Natal e Ano Novo e concordou com as recomendações de fechar as lojas após as festas até 10 de janeiro – data até qual as normas vigentes de lockdown parcial foram prorrogadas.

“O número de contatos entre as pessoas é demasiado elevado. A redução do número de contatos é insuficiente”, disse Merkel. “Devemos fazer todo o possível para evitar um aumento exponencial do número de casos.”

Angela Merkel fez as declarações na manhã desta quarta-feira no Bundestag (Parlamento alemão), como parte do debate sobre o orçamento do governo para 2021. Tais debates são tradicionalmente uma oportunidade para fazer um balanço do desempenho do governo. Foi o último debate sobre o orçamento sob Merkel, já que ela não se candidatará à reeleição, após 15 anos à frente do governo alemão.

 
A chefe do governo argumentou que a Alemanha está passando por uma “situação excepcional” e voltou a pedir por um comportamento da população condizente com a situação.

“A chave mais importante para lutarmos com sucesso contra o vírus é o comportamento responsável de cada indivíduo e a disposição para cooperar”, disse Merkel.

“Sinto muito, do fundo do meu coração. Mas se o preço que pagamos são 590 mortes por dia, isso é inaceitável”, disse a chanceler, pedindo que os alemães restrinjam o contato social. “Eu só quero deixar claro: se tivermos muitos contatos agora, pouco antes do Natal, e este acabar sendo o último Natal com nossos avós, então teremos feito algo errado.”

Nas últimas semanas, a Alemanha tem tido dificuldade em controlar a covid-19. O Instituto Robert Koch, a agência governamental alemã de controle e prevenção de doenças infecciosas, comunicou nesta quarta-feira um novo recorde de mortes diárias no país. Em últimas 24 horas, foram registradas 590 mortes ligadas à covid-19. No total, o país soma 19.932 mortes e mais de 1,2 milhão de infecções pelo coronavírus. (Com agências internacionais)

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