A noite desta segunda-feira (21) foi palco de um evento astronômico conhecido como “grande conjunção” entre Júpiter e Saturno, quando os planetas, os maiores do Sistema Solar, se alinham de tal forma que parecem um ponto brilhante “duplo”.
O alinhamento em si não é especialmente raro, ocorre a cada 20 anos. Contudo, o fenômeno deste ano tem um toque especial, que aconteceu pela última vez há 400 anos. Desta vez, Júpiter e Saturno vão estar apenas um décimo de grau de distância da perspectiva da Terra, parecendo mais próximos do que nunca.
É também a primeira vez em 800 anos que tal proximidade acontece à noite, o que deve permitir sua visibilidade em quase todos os lugares da Terra, se o clima permitir. Neste ano, por causa da proximidade com o Natal, a conjunção ganhou o apelido de “Estrela de Belém”.
“O que é mais raro é uma conjunção próxima que ocorre em nosso céu noturno”, disse o professor de astronomia David Weintraub, da Universidade de Vanderbilt. “Acho que é justo dizer que tal evento normalmente pode ocorrer apenas uma vez na vida de qualquer pessoa, e eu acho que ‘uma vez na vida’ é um bom teste para saber se algo merece ser rotulado como raro ou especial.”
Esse será o alinhamento Júpiter-Saturno mais próximo desde julho de 1623, na época de Galileu Galilei. No entanto, essa conjunção foi quase impossível de ser observada por causa da sua proximidade com o Sol. Já a conjunção que ocorreu em março de 1226 – época em que Gengis Khan estava conquistando a Ásia – foi mais visível.
A raridade do fenômeno se deve pelo movimento dos dois planetas. Enquanto a Terra leva um ano para completar uma volta em torno do Sol, Júpiter precisa de 12 anos e, Saturno, 30 anos.
Saturno e Júpiter têm se aproximado nas últimas semanas. Júpiter, maior e mais perto da Terra, é muito mais brilhante. A melhor visibilidade será nesta segunda, mas desde a semana passada, já era possível ver os dois planetas se alinhando.
“Eu adoro vê-los chegar cada vez mais perto um do outro e agora posso ver com meus olhos da minha varanda”, diz o astrônomo Nahum Arav, da Universidade Virginia Tech.
Para observar os planetas, foi preciso olhar para o horizonte a oeste, na direção onde o Sol se põe. Os planetas alinharam-se no céu – dois pontos muito brilhantes e próximos – a cerca de 20 graus acima do horizonte. O tempo de exposição foi de em torno de uma hora.
Se não for possível avistar o alinhamento desta vez, o fenômeno com proximidade semelhante só ocorrerá em março de 2080. Depois disso, a dupla não fará uma aparição conjunta semelhante até depois do século 25. (Com agências internacionais)
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