Holanda, Bélgica, França, Itália e Alemanha impuseram no domingo (20) proibições à chegada de voos do Reino Unido e viagens de trem a seus territórios, após relatos do surgimento em solo britânico de uma nova variante do coronavírus que seria 70% mais infecciosa.
A Holanda impôs uma proibição que deve ser válida ao menos até o final do ano. O governo holandês disse que avaliará com os demais países da União Europeia (UE) as “possibilidades de conter a importação do vírus do Reino Unido”.
Por sua vez, a Bélgica, que também proibiu o tráfego ferroviário vindo do Reino Unido, impôs suspensão de 24 horas. O primeiro-ministro, Alexander De Croo, disse neste domingo que a proibição de 24 horas é somente por precaução.
“Há várias questões sobre essa nova mutação, e se ela já não estaria no continente”, afirmou Croo. Ele acrescentou que espera obter maiores informações até a próxima terça-feira.
A empresa ferroviária Eurostar informou que o serviço de trens de alta velocidade entre Londres, Bruxelas e Amsterdam foi interrompido a partir da meia-noite do domingo. Já a França suspendeu o tráfego aéreo, ferroviário e rodoviário a partir de meia-noite. A suspensão deve inicialmente durar 48 horas.
O ministro do Exterior da Itália, Luigi di Maio, confirmou que seu país também suspenderá os voos vindos do Reino Unido. “Como governo, temos o dever de proteger os italianos. Por esse motivo, após informar o governo britânico, assinaremos juntamente com o Ministério da Saúde uma provisão para suspender os voos”, afirmou.
A Alemanha também decidiu impor restrições de viagem entre o país e o Reino Unido. Um porta-voz afirmou que o governo alemão trabalha em uma regulamentação para restringir os voos e que as autoridades dialogam com os parceiros europeus para definir detalhes das medidas. Os voos originados no Reino Unido foram suspensos a partir da meia-noite do domingo.
Nova variante do vírus “fora de controle”
Ao anunciar a descoberta em pronunciamento à nação neste sábado, Johnson afirmou que dados preliminares sugerem que a mutação do SARS-CoV-2 poderia ser até 70% mais transmissível.
O secretário britânico de Saúde, Matt Hancock, disse que a nova variante do vírus está fora de controle e que a situação é “mortalmente grave”. “Será difícil mantê-lo sob controle até que a vacina esteja totalmente distribuída”, avaliou. O país deu início a uma massiva campanha de vacinação, que ainda está na primeira fase e cujo alvo inicial são os idosos e profissionais de saúde.
Londres e região em nível de alerta máximo
Para conter o avanço das infecções, novas medidas serão impostas a partir deste domingo nas regiões de Londres e do sul da Inglaterra, que passarão do atual nível 3 – até então o mais alto nível de restrições contra a Covid-19 – para um recém-criado nível 4, ainda mais restrito.
Segundo o governo britânico, o objetivo das novas regras é diminuir a propagação da nova cepa para regiões onde ela ainda não é prevalente. Em seu pronunciamento, o premiê instou os habitantes dessas áreas “a ficarem em casa” pelo menos até 30 de dezembro.
As novas medidas incluem o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais em Londres e em outras áreas afetadas, incluindo Kent, Buckinghamshire e Berkshire.
Nas regiões classificadas como de nível 4, valerá a regra do encontro entre duas pessoas em local público e aberto. No restante da Inglaterra será permitida a socialização entre até três domicílios por apenas um dia, em vez dos cinco anteriormente previstos.
Europa em lockdown
Na última semana, a Europa se tornou a primeira região do mundo a superar a marca de 500 mil mortes por covid-19. Desde o surgimento do coronavírus, há um ano, a doença já matou mais de 1,6 milhão de pessoas e infectou 76 milhões em todo o planeta.
A Holanda está sob lockdown de cinco semanas, que se encerra na metade de janeiro, com o fechamento de escolas e do comércio não essencial.
A Itália também anunciou uma série de restrições para o período do Natal e Ano Novo, que limitam a circulação de pessoas e suspende as atividades de grande parte do comércio e dos restaurantes, além de proibir viagens entre as regiões. (Com agências internacionais)
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