Em meio ao fiasco do governo e à forte retomada da pandemia, Brasil chega a 200 mil mortes por Covid-19

 
Vivendo a fase mais crítica da pandemia do novo coronavírus e com o governo central literalmente perdido em relação ao plano de vacinação contra a Covid-19, o Brasil ultrapassou nesta quinta-feira (7) a marca de 200 mil mortes em razão da doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

Esse trágico cenário surge dez meses após o primeiro óbito por Covid-19 no País (26 de fevereiro de 2020). Nesse período, o presidente Jair Bolsonaro destilou irresponsabilidade genocida ao tratar a pandemia com desdém e frases debochadas – o que configura negacionismo criminoso –, incentivou aglomerações e o desrespeito ao isolamento e ao distanciamento social, além de ter forçado o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da doença.

Em conversa com apoiadores, que sempre se aglomeram à porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse, em mais um momento de dissimulação, rejeitou o título de genocida, como se não fosse responsável pela gravíssima situação da pandemia no País.

“Querem me tachar de genocida. Quem que eu matei? Muito pelo contrário. Eu, com as minhas medidas, sugeri tratamento precoce. Evitamos muitas mortes”, disse Bolsonaro. “Nós salvamos vidas com este tratamento precoce”, afirmou.

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa nesta quinta-feira, o total de óbitos registrados desde o início da pandemia no Brasil é de 200.011, com 7.921.803 casos confirmados.

 
Como tem afirmado o UCHO.INFO desde o primeiro caso confirmado de Covid-19, o número de infecções no País é muito maior devido à não adoção de testagem em larga escala e à subnotificação. Diante desse quadro, especialistas da área da saúde afirmam que o número de mortes pode ser pelo menos 30% maior, ou seja, o Brasil atingiu a marca de 200 mil óbitos anteriormente.

Ciente de que seu projeto de reeleição pode ser comprometido pela ineficácia do governo no combate ao novo coronavírus, Bolsonaro agora tenta minimizar o estrago e pressiona o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que a vacinação comece o quanto antes. Apesar disso, Pazuello continua a fracassar à frente da pasta, pois os brasileiros continuam sem saber como e quando começará a vacinação contra a doença que paralisou o planeta.

Para se ter ideia da extensão da inoperância do governo Bolsonaro, ao menos 40 países já iniciaram o processo de vacinação contra a Covid-19, sendo que alguns deles já estão na fase da segunda dose. No Brasil, o Ministério da Saúde está às voltas com a aquisição de seringas e agulhas, assim como acontece no tocante à aquisição de imunizantes.

Em outubro passado, Eduardo Pazuello confirmou que o Ministério da Saúde que compraria 46 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. No dia 21 daquele mês, Bolsonaro afirmou que determinara o cancelamento da vacina, sem dar explicações minimamente convincentes para sua decisão.

Nesta quinta-feira (7), Pazuello anunciou a compra de 200 milhões de doses da Coronavac. Isso permite acreditar que ou o governo mudou de ideia ou o ministro da Saúde descumpriu a determinação de Bolsonaro.

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