Ciente de que situação de Pazuello piora com o passar das horas, Mourão sai em defesa do ministro da Saúde

 
Quando nomeou o general Eduardo Pazuello para comandar o Ministério da Saúde, o presidente da República sabia que o militar era, como ainda é, um néscio em termos de saúde e que promoveria enorme estrago à frente da pasta. Mesmo assim, Bolsonaro insistiu na nomeação, pois seu objetivo era indicar alguém que cumprisse suas ordens absurdas e genocidas.

Convocada por Pazuello para atuar em Manaus, a Força Nacional do SUS detectou na capital amazonense, dias após dia, que os estoques de oxigênio nos hospitais caíam de forma vertiginosa, colocando em risco a vida dos pacientes internados por Covid-19, principalmente.

Em relatórios oficiais, de posse do ministro da Saúde, a Força Nacional do SUS registrou nos dias 8, 9, 11, 12 e 13, de forma detalhada, que o sistema de saúde em Manaus entraria em colapso em pouco tempo. E previu com exatidão quando isso aconteceria.

Apesar dos alertas feitos pela Força Nacional do SUS, o Ministério da Saúde providenciou o transporte a Manaus de oxigênio em quantidades inferiores ao necessário. Em 14 de janeiro passado, pessoas morreram asfixiadas nos hospitais manauaras por falta do gás medicinal. Dias antes, Pazuello esteve na cidade para convencer os médicos a usaram o que chamou de “tratamento precoce”, que consiste no uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19.

 
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Covarde e mentiroso, o general Eduardo Pazuello mudou o discurso na coletiva de imprensa concedida na tarde de segunda-feira (18), em Brasília, usando o termo “atendimento precoce”.

Ciente de que Pazuello poderá responder criminalmente pelas mortes ocorridas em Manaus – no interior do Amazonas também – em razão da falta de oxigênio nos hospitais, o general aposentado Antônio Hamilton Mourão tentou nesta terça-feira salvar o colega de farda do cadafalso da opinião pública. E disse que a atuação do ministro não compromete a imagem das Forças Armadas, mas especificamente do Exército.

Aos jornalistas, Mourão, o “passador de pano” do Palácio do Planalto, disse que Pazuello tem buscado “as melhores soluções para a crise da pandemia”. Em outras palavras, Mourão sabe que a situação do ministro da Saúde tende a piorar sobremaneira nos próximos dias.

“Apesar de o ministro ser um oficial general da ativa, independentemente do cara estar na ativa ou na reserva, qualquer militar sempre é visto como representante das forças, e a situação do ministro Pazuello, como ministro da Saúde, ele vem procurando as melhores soluções para essa crise da pandemia. E, aí, tem pontos a favor e contra a gestão dele”, afirmou o vice-presidente.

Em qualquer país ligeiramente sério e com autoridades imbuídas de doses rasas de coragem, Eduardo Pazuello já estaria respondendo criminalmente pelas mortes ocorridas no Amazonas, talvez estivesse preso. Causa espécie o silêncio do procurador-geral da República, Augusto Aras, que até o momento não fez qualquer movimento na direção do incompetente e irresponsável ministro da Saúde.

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