Governo Bolsonaro começa a “pagar” a fatura decorrente dos irresponsáveis e covardes ataques à China

 
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta quarta-feira (20), após conversa com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que não vê obstáculo político, mas sim técnico, na demora para envio ao Brasil dos insumos necessários para a produção de vacinas contra a Covid-19 (Coronavac e AstraZeneca-Oxford).

Maia, que em 1º de fevereiro iniciará seu sexto mandato como deputado federal, deveria ter acumulado mais malícia nesses longos anos no Parlamento brasileiro. Até porque, somente um ingênuo é capaz de acreditar que questões técnicas, não políticas, atravancam a exportação para o Brasil dos Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) para que o Instituto Butantan e a Fiocruz possam avançar na produção de imunizantes contra o novo coronavírus.

Quando o governo do presidente Jair Bolsonaro, ignorando os dogmas da diplomacia internacional, começou a atacar gratuitamente a China apenas para agradar Donald Trump, o UCHO.INFO afirmou, sem medo de errar, que em breve a conta daquelas zombarias aterrissaria em Brasília.

As chacotas levadas a cabo pelo ex-ministro Abraham Weintraub e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, o filho “03” do presidente da República, assim como a sabujice ideológica que Ernesto Araújo dedica a Trump, feriram a honra dos chineses, que não tão cedo retomarão a normalidade das relações com o Brasil. Além disso, o posicionamento de Jair Bolsonaro em relação a Pequim, marcado pelo alinhamento ideológico à gestão Trump, ajudaram a piorar uma relação que já era difícil.

Para completar o desastre diplomático, também para agradar a Donald Trump, o presidente Bolsonaro atuou nos bastidores para tentar barrar a chinesa Huawei no leilão do 5G no Brasil.

 
A fatura desse desastre não é pequena e os chineses saberão como cobrar. E a cobrança acontecerá por longo tempo com situações semelhantes à que vem comprometendo a produção de vacinas contra a Covid-19 no Brasil.

Bolsonaro é um ignaro confesso, desprovido de competência e estofo para cargo tão relevante, que se recusa a enxergar por questões ideológicas, o que tem feito do Brasil um pária internacional.

O tosco e acanhado pensamento ideológico de Bolsonaro tornou-se alvo de troças das mais distintas, pois um crítico ferrenho do socialismo agora está de joelhos diante de Pequim e aceitou de bom grado os carregamentos de oxigênio que o ditador comunista Nicolás Maduro enviou a Manaus.

Diplomacia de camelô

A ignorância que grassa no governo Bolsonaro passa obrigatoriamente pelo principal gabinete do Itamaraty, onde o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) destila a torpeza de um pensamento obtuso e retrógrado.

Pressionado pela cúpula do Palácio do Planalto, que cobra sua cabeça a Bolsonaro, o ministro nega que divergências políticas estejam atrasando o envio de IFAs ao Brasil, como se a bizarrice comportamental de integrantes do governo em relação à China nada significasse.

“Temos relação madura, construtiva, muito correta, tranquila com a China”, disse Araújo ao participar de reunião com deputados, por videoconferência. “Não é um assunto político. É assunto de demanda por um produto”, completou o ministro.

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