Covid-19: vacinação na cidade do Rio de Janeiro é suspensa por falta de doses de imunizantes

 
O Rio de Janeiro tornou-se nesta segunda-feira (15) a primeira grande cidade brasileira a anunciar a paralisação da campanha de vacinação contra a Covid-19 em razão da falta de imunizantes.

“Recebi a notícia de que não chegaram novas doses. Teremos que interromper amanhã nossa campanha. Hoje vacinamos pessoas de 84 anos e amanhã de 83. Estamos prontos e já vacinamos 244.852 pessoas. Só precisamos que a vacina chegue. Nova leva deve chegar do Butantan na próxima semana”, escreveu o prefeito Eduardo Paes no Twitter.

A capital fluminense esperava a entrega de um novo lote de vacinas do Instituto Butantan nesta segunda-feira para continuar a campanha. Contudo, houve atraso e a expectativa agora é de que mais doses cheguem na próxima semana, o que, se confirmado, permitirá a retomada da vacinação na próxima segunda-feira (22).

De acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, as pessoas imunizadas na primeira fase, como profissionais da linha de frente do setor de saúde, receberão a segunda dose dentro do tempo previsto, já que o lote para esse fim foi reservado.

A paralisação no Rio de Janeiro já vinha sendo especulada desde a semana passada. Outras cidades brasileiras já vinham relatando falta de vacinas, como Florianópolis, Curitiba, Cuiabá, Aracaju e Natal. No estado do Rio de Janeiro, as cidades de Niterói e São Gonçalo interromperam a vacinação na última semana.

Em Salvador, as autoridades chegaram a suspender a vacinação de agentes de saúde e alteraram o cronograma de imunização de idosos, aplicando doses apenas para maiores de 85 anos.

 
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Estoques acabando

Números compilados pelo consórcio de veículos imprensa, com base em dados das secretarias estaduais da Saúde, mostram que há mais de 6,5 milhões de doses prontas para uso no Brasil. No entanto, 70% delas devem ser aplicadas em quem já tomou a primeira dose.

Desta forma, se mantido o ritmo atual de imunização, de cerca de 250 mil doses por dia, o estoque vai se esgotar até o fim desta semana para novos vacinados. Assim, até a chegada das novas doses previstas, o país ficaria seis dias apenas aplicando a segunda dose em quem já recebeu a primeira.

A distribuição de doses aos estados é responsabilidade do Ministério da Saúde. A expectativa é que a vacinação possa ser retomada e ampliada a partir de 25 de fevereiro, quando o Instituto Butantan prevê a entrega de mais 8,6 milhões de doses da Coronavac, produzidas no Brasil em parceria com a Sinovac, com insumos vindos da China.

Além disso, com o novo lote de matéria-prima recebido na última semana, o Butantan prevê a fabricação de mais 8,7 milhões de doses. Uma nova carga de 8 mil litros de insumos também já foi solicitada à Sinovac. Segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, a expectativa é entregar 46 milhões de doses até abril. O atual acordo entre o Butantan e o Ministério da Saúde prevê a entrega de outras 54 milhões de doses em prazo a definir.

Além dos insumos, o instituto também negocia com a Sinovac a liberação de 20 milhões de doses extras para garantir a vacinação de toda a população adulta do estado de São Paulo.

Por outro lado, a produção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela vacina de Oxford no Brasil, só deve ficar pronta em meados de março.

No total, o Ministério da Saúde já recebeu 11,8 milhões de doses, sendo 2 milhões da vacina da Oxford/AstraZeneca, importadas da Índia, e 9,8 milhões da CoronaVac, entregues pelo Instituto Butantan. (Com agências de notícias)

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