Sociedade precisa pressionar para que decretos de Bolsonaro sobre armas sejam derrubados no Congresso

 
Não é novidade que o presidente tenta imitar, de forma vexaminosa e detalhada, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deixou o cargo debaixo de críticas das mais variadas, inclusive dos republicanos, que só não aprovaram o processo de impeachment porque temiam o esfarelamento do partido.

Ao editar decretos sobre armas, na última sexta-feira (12), Bolsonaro tentou avançar nas constantes e escancaradas ameaças à democracia, a exemplo do que vem afirmando o UCHO.INFO desde a campanha presidencial de 2018.

Se por um lado os descontrolados apoiadores do presidente da República endossam desde o primeiro momento os tais decretos, que flexibilizam ainda mais a posse e o porte de armas de fogo (aumentam a quantidade de armas e munições que podem ser adquiridas por atiradores, caçadores e cidadãos comuns), por outro parte da sociedade condena os atos presidenciais, já que tal decisão aumentará ainda mais a violência no País.

Vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM) criticou Bolsonaro, alegando que o chefe do Executivo adentrou em competência do Legislativo. “Mais grave que o conteúdo dos decretos relacionados a armas editados pelo presidente é o fato de ele exacerbar do seu poder regulamentar e adentrar numa competência que é exclusiva do Poder Legislativo”, afirmou o deputado em postagem no Twitter. “O presidente pode discutir sua pretensão, mas encaminhando PL à Câmara”, destacou o parlamentar.

Voltando a Trump… O objetivo de Jair Bolsonaro é chegar em 2022 respaldado por uma milícia capaz de contestar na base da bala uma eventual derrota nas urnas. Não custa lembrar que o presidente tem colocado em xeque a eficácia e a segurança das urnas eletrônicas desde a última corrida ao Palácio do Planalto, quando afirmou ter provas de sua vitória no primeiro turno. Até o momento, Bolsonaro não apresentou uma prova sequer.

 
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. “Se não tiver voto impresso em 2022, vamos ter problema pior que os EUA”, ameaça o irresponsável Bolsonaro

Em 7 de janeiro passado, quando ainda defendia a tese de que na eleição presidencial americana teria ocorrido fraude, igualmente sem apresentar provas ou evidências, Bolsonaro disse que a barbárie em que se transformou a invasão do Capitólio, em Washington D.C., poderá se repetir no Brasil, caso as eleições não tenham voto impresso e ele não consiga um novo mandato.

“O pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora, basicamente qual foi o problema, a causa dessa crise toda: falta de confiança no voto. Lá, o pessoal votou e potencializaram o voto pelos Correios por causa da tal da pandemia e teve gente que votou três, quatro vezes. Mortos votaram, foi uma festa lá. Ninguém pode negar isso daí, então a falta de confiança levou a esse problema que está acontecendo lá. E aqui no Brasil se tivermos o voto eletrônico em 22 vai ser a mesma coisa, a fraude existe”, afirmou Bolsonaro, com base no “achismo”.

Em 7 de janeiro, este portal alertou para a gravíssima ameaça feita por Jair Bolsonaro, que como sempre tenta intimidar seus adversários e os Poderes constituídos, como se o Brasil não tivesse uma legislação vigente e um Judiciário atento.

Os decretos sobre armas podem ser derrubados a partir de decreto legislativo, cabendo ao Parlamento, zelando pela democracia e pelo Estado de Direito, impor limites ao presidente da República, que continua acreditando ter sido eleito para o cargo de dono do Brasil.

É preciso que a parcela de bem da sociedade, que é maioria, reaja enquanto é tempo, pois a democracia corre sérios perigos com as investidas totalitaristas de Bolsonaro, que para manter-se no poder cercou-se de militares e de políticos corruptos, dando a entender que à sombra desse cenário de fazer inveja a mafiosos pode tudo e algo mais.

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