Sem saber como resolver a falta de vacinas, Pazuello se reunirá com governadores ávidos por imunizantes

 
No olho do furacão por causa do seu pífio desempenho no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, o ainda ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, decidiu, após pressão, reunir-se cm os governadores. O encontro acontecerá na quarta-feira (17), quando os gestores estaduais cobrarão do ministro a adoção por parte do governo federal, de medidas mais firmes de combate à Covid-19. Os governadores pedirão maior celeridade na entrega de vacinas e mais leitos de UTI nos hospitais públicos de todo o País.

Pazuello aceitou concordou com reunião porque tentará mais uma vez passar às autoridades que o investigam a falsa sensação de que está a fazer o impossível para minimizar os efeitos da crise sanitária. O ministro da Saúde afirmou que metade da população brasileira será vacinada contra o novo coronavírus até junho, sendo que a outra metade será imunizada até o final deste ano. Contudo, Pazuello não mostrou como isso será possível, já que vacinas estão cada vez mais escassas no mercado internacional. Como sempre, o ministro fará aos governadores alguma promessa absurda.

Na outra ponta da farsa está o presidente Jair Bolsonaro, que enquanto descansa em Santa Catarina não perde uma oportunidade sequer de vociferar sandices. Com o avanço da pandemia a passos largos no País, Bolsonaro disse que tem em mãos um cheque de R$ 20 bilhões para adquirir vacinas contra Covid-19, mas que o produto está em falta. De chofre é preciso destacar que o presidente não tem esse montante em mãos, pois os recursos pertencem ao Estado brasileiro, ou seja, é de cada cidadão.

“Não tem vacina, no mundo todo não tem vacina. Não é nós, é o mundo todo”, disse o presidente. “Eu sempre falei: uma vez a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] liberando, eu compraria. Tanto é que eu tenho, entre aspas, um cheque de 20 bilhões de reais para comprar vacina, a medida provisória que eu assinei agora, em dezembro do ano passado”, completou Bolsonaro.

 
É inverídica a afirmação de que faltam vacinas contra Covid-19 no mercado internacional. A questão é que o governo, depois do espetáculo negacionista de Bolsonaro, demorou a procurar empresas farmacêuticas que produzem imunizantes contra o novo coronavírus. Esse movimento, que deveria ter começado no primeiro semestre de 2020, só foi preocupar o governo no final do ano passado. Isso fez com que o Brasil ficasse no fim da fila das vacinas.

Além disso, movido por assustador irresponsabilidade genocida, Jair Bolsonaro disse mais de uma vez que a Covid-19 era uma “gripezinha” e que os que temem a doença são “maricas”. Não obstante, no início da pandemia, o presidente afirmou que no máximo morreriam menos de 800 pessoas. Nesta terça-feira (16), o Brasil deve ultrapassar a impressionante marca de 240 mil mortos por Covid-19.

Rasteiro, esse jogral político encenado por Bolsonaro e Pazuello serve apenas para ludibriar as autoridades, pois o presidente da República sabe que é grande a possibilidade de a CPI da Covid ser instalada no Senado, assim como cresce a cada dia a chance de o ministro da Saúde ser responsabilizado pela crise no sistema de saúde do Amazonas e do Pará, onde a pandemia avança sem cerimônia.

Enquanto incentivava o uso de hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento precoce da Covid-19, mesmo ciente de que ambos os fármacos não tem eficácia cientificamente comprovada contra o novo coronavírus, Bolsonaro desdenhava a Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

É importante ressaltar que a Coronavac tem sido, pelo menos por enquanto, a “salvação da lavoura”, mesmo o presidente não gostando desse cenário. Tanto é assim, que nesta terça-feira o Ministério da Saúde assinou com o Butantan contrato para a aquisição de mais 54 milhões de doses da Coronavac.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.