Após intervenção de Bolsonaro, Petrobras perde em apenas dois dias R$ 103 bilhões em valor de mercado

 
O Palácio do Planalto viveu nesta segunda-feira (22) um mundo à parte da realidade, a exemplo do que o presidente Jair Bolsonaro impõe a seus colaboradores mais próximos quando quer fazer valer suas vontades absurdas. Comportamento típico de ditador que acredita ser a derradeira salvação do universo.

Depois da intervenção escandalosa de Bolsonaro na Petrobras, medida que contraria o discurso de liberalismo econômico, a cúpula palaciana fingiu que o “derretimento” das ações da Petrobras era pontual e reversível.

O que pensa o staff desse desgoverno pouco importa, pois a realidade que imperou nas Bolsas de Valores foi algo inaceitável e que transcendeu os papeis da Petrobras. Se na última sexta-feira (19) a estatal perdeu R$ 28 bilhões em valor de mercado, nesta segunda o tombo foi maior e chegou R$ 75 bilhões. Resumindo, a decisão de Bolsonaro de substituir o presidente da companhia resultou em perda de R$ 103 bilhões em valor de mercado, algo que o vice Hamilton Mourão classificou como movimento de “rebanho eletrônico”.

 
Diferentemente do que afirmam os irresponsáveis integrantes do governo Bolsonaro, a queda de quase 20% no preço das ações da Petrobras não foi um ato isolado, mas reflexo do intervencionismo do presidente. Ações do Banco do Brasil e da Eletrobras, possivelmente os próximos alvos de Bolsonaro, também despencaram.

Em 2018, quando Jair Bolsonaro estava em campanha, o UCHO.INFO afirmou que sua eventual eleição representaria um perigo enorme para o País, já que muitas de suas promessas eram absurdas, sem contar o apreço do presidente da República pelo totalitarismo.

Com a economia brasileira destroçada, sem perspectiva de melhora no curto prazo, Bolsonaro precisa decidir com seriedade e embasamento técnico, sob pena de o País afundar ainda mais na vala da crise. Isso porque a intervenção na Petrobras, que deve se estender para outras estatais, faz com que os investidores (nacionais e internacionais) redobrem a cautela em relação ao Brasil.

Bolsonaro e seus quejandos afirmam que a intervenção na Petrobras não foi intervenção, mas o presidente já disse que o preço dos combustíveis poderia ser 15% menor. Além disso, a promessa de zerar os impostos federais incidentes sobre o diesel e o gás de cozinha sem apresentar uma forma de compensação tributária é no mínimo escandaloso, promessa típica de populista de república bananeira. Lembrem-se, leitores, a então presidente Dilma Rousseff caiu por muito menos.

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