“Alemanha enfrenta terceira onda de Covid-19”, diz a chanceler Angela Merkel

 
A chanceler alemã Angela Dorothea Merkel afirmou nesta terça-feira (23) que o país enfrenta neste momento “a terceira onda” da pandemia da Covid-19. A declaração foi feita durante reunião virtual do grupo parlamentar composto pela União Democrata Cristã (CDU) e pelo partido aliado União Social Cristã (CSU).

Apesar de alertar para o risco das novas mutações, ela apresentou as linhas gerais de um plano para uma reabertura gradual e cautelosa das atividades sociais e do comércio. “Não podemos permitir altos e baixos agora”, disse Merkel, citando o risco de que as vacinas não funcionem como previsto diante da variante da África do Sul. Suas falas foram relatadas por fontes que estavam na reunião à Reuters e à emissora alemã RTL, e confirmadas pela agência de notícias DPA.

No encontro, Angela Merkel apresentou um plano para a reabertura estruturado em três eixos: contatos pessoais, estabelecimentos de ensino e atividades econômicas. Na área econômica, segundo relatos, a chanceler defendeu que as lojas reabram primeiro, depois os restaurantes e, por último, os hotéis.

De acordo com a chefe do governo da Alemanha, as etapas de reabertura devem ser aplicadas quando houver segurança de que os estabelecimentos não serão fechados novamente, para evitar o efeito ioiô. Ela disse também que os novos testes rápidos e testes que podem ser feitos em casa contribuem para uma melhor calibragem desse processo.

A Alemanha “ainda está em uma situação difícil e deve agir com cautela, mas agora temos meios de enfrentar a pandemia”, afirmou Merkel. Ela disse que o plano será aprimorado até a próxima reunião com os governadores, em 3 de março, quando se buscará um acordo sobre o tema.

Alta nas infecções

A principal variável que orienta as medidas de reabertura na Alemanha é o número de novas infecções a cada 100 mil habitantes, na média móvel de sete dias. A meta do governo é autorizar a reabertura gradual das atividades quando esse número estiver abaixo de 35.

Nesta terça-feira, esse número era de 62, em tendência de alta após ter chegado a 59 na sexta-feira (19), revertendo lenta trajetória de queda que durou várias semanas. Há grande variação entre os estados: enquanto na Turíngia o número está em 124, em Baden-Württemberg é de 46.

O número de mortes diárias está em trajetória de queda desde meados de janeiro e, nesta terça, era de 388, segundo a média móvel de sete dias. A Alemanha vacinou com pelo menos uma dose 4,07% de sua população até o momento.

 
Reabertura em fases

O objetivo do plano do governo é evitar episódios de alta exponencial do número de infecções até o verão, quando o efeito da vacinação sobre o número de novas infecções deverá ser mais evidente. Segundo o site “Business Insider”, fontes da CDU disseram que a estratégia do governo prevê quatro estágios de reabertura, de acordo com o número de novas infecções por 100 mil habitantes, na média móvel de sete dias.

Enquanto esse número estiver acima de 50, apenas seriam permitidas aulas online e contatos sociais entre pessoas da mesma família. De 35 a 50, escolas poderiam reabrir e contatos pessoais com até 10 pessoas em ambientes fechados seriam permitidos, além da reabertura de espaços culturais e lojas com o limite de uma pessoa por 20 metros quadrados.

De 35 a 10 metros quadrados seria permitida a reabertura de todas as áreas comerciais, incluindo restaurantes, com medidas sanitárias, e encontros de até 50 pessoas em ambientes fechados. Abaixo de 10, seriam permitidos encontros em ambientes fechados com até 100 pessoas. Sempre que o número superar 35, porém, novos fechamentos podem ocorrer, e o uso de máscaras e as recomendações de distanciamento social e higiene frequente das mãos seguem em vigor.

Escolas abertas

Na segunda-feira (22), dez dos 16 estados da Alemanha retomaram as aulas do ensino fundamental e reabriram creches, após quase dois meses da paralisação dessas atividades, se somando a outros dois estados que já haviam feito o mesmo.

A decisão fora tomada na semana passada, em reunião entre a chanceler e os governadores dos estados alemães, quando o país registrava uma leve queda contínua nas taxas de infecção. Apesar de os números de novas infecções estarem acima de 35 para cada 100 mil habitantes, os governadores expressaram a preocupação de que o fechamento contínuo iria comprometer o desenvolvimento educacional e prejudicar a saúde mental das crianças.

No momento, em apenas quatro estados as escolas permanecem fechadas: Bremen, Hamburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Saxônia-Anhalt. A Alemanha também discute antecipar a vacinação para professores e funcionários de escolas e creches. (Com Deutsche Welle e agências internacionais)

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