Em 30 de janeiro passado, o presidente Jair Bolsonaro, ao causar aglomeração quando deixava uma loja de motocicletas em Brasília, defendeu o ainda ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, referindo-se ao seu comandado como “tremendo de um gestor”. Bolsonaro, o néscio de plantão, afirmou que Pazuello faz um “trabalho excepcional” no ministério.
“Pode investigar o Pazuello, não tem problema nenhum. Não há omissão, ele trabalha de domingo a domingo. Vira a noite. Eu duvido que com outra pessoa [no ministério] teria tido a resposta que ele está dando. Nós, Manaus, Amazonas: mandamos R$ 9 bilhões para lá, não é competência nem atribuição nossa levar oxigênio para lá, [nós] damos os meios”, declarou o presidente.
Pazuello, que ao assumir o cargo admitiu desconhecer o Sistema Único de Saúde (SUS), teve sua indicação ao posto justificada com a informação de que é especialista em logística, como consta de seu currículo.
A crise que se instalou no sistema público de saúde de Manaus mostrou de forma inequívoca que Pazuello pode entender de qualquer assunto, menos de logística. Mesmo assim, Bolsonaro mante o sabujo colaborador no cargo, porque uma demissão à altura dos acontecimentos seria o fim de um governo que sequer deveria ter começado.
Na última semana, durante reunião com prefeitos de todo o País, Eduardo Pazuello disse que os gestores municipais poderiam utilizar todas as doses de vacina contra Covid-1 na primeira fase de imunização, pois um novo lote seria entregue para garantir a segunda etapa. Prevenidos, muitos prefeitos preferiram não acreditar nas palavras do ministro da Saúde e reservaram doses de vacina para a segunda fase.
Nesta quarta-feira (24), dias após a falaciosa promessa de Pazuello, o Ministério da Saúde recomendou as prefeituras que armazenem doses de vacina para a segunda etapa de imunização contra o novo coronavírus. Considerando que a vacinação contra Covid-19 acontece a passos lentíssimos e aos solavancos, não se deve descartar a possibilidade de milhares de brasileiros receberem a dose de reforço da vacina fora do prazo estabelecido pelos fabricantes.
Como se fosse pouco tal absurdo, o Ministério da Saúde, capitaneado pelo especialista em logística Eduardo Pazuello, conseguiu a proeza de trocar lotes de vacinas enviadas aos estados. O Amazonas recebeu, nesta quarta-feira (24), 2 mil doses da vacina contra Covid-19, das 120 mil previstas pela pasta. O ministério enviou 78 mil doses para o Amazonas, nesta quarta-feira, mas os imunizantes foram entregues por engano no Amapá.
O Ministério da Saúde informou que ambos os estados receberão, na madrugada de quinta-feira (25), as quantidades de doses corretas. O inepto governo de Jair Bolsonaro informou que um novo com as doses restantes deverá ser feito “nos próximos dias”.
Apenas para ilustrar o picadeiro oficial, no último dia 12 de fevereiro, em Manaus, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (ele é especialista em logística), afirmou que as novas doses chegariam na segunda-feira (22), o que não aconteceu. No último final de semana, o governo do amazonas informou que a chegada das vacinas havia sido transferida para terça-feira (23), o que também não ocorreu. A remessa foi feita nesta quarta-feira, mas de forma errada.
Pois bem, Eduardo Pazuello, o general da ativa que obedece às ordens tresloucadas de um capitão ignaro e totalitarista, é um péssimo gestor e seria reprovado em qualquer prova rasa sobre logística. E há quem afirme que o governo Bolsonaro é o melhor de todos os tempos. Imagine se fosse o pior!
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