Volta de Lula à cena política leva incômodo à família Bolsonaro, que se descontrola e “passa recibo”

 
A decisão que anulou as condenações do ex-presidente Lula no âmbito da 13ª Vara Federal de Curitiba devolveu ao petista o status de elegível, mas esse quadro poderá ser alterado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), já que por enquanto está valendo decisão monocrática do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava-Jato na Corte.

Apesar desse cenário de incertezas, ficou patente no meio político que o clã Bolsonaro assimilou o “golpe” e “passou recibo” depois das duras críticas feitas por Lula ao governo e ao atual presidente da República, em especial nos campos da economia e da pandemia do novo coronavírus.

Se por um lado Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto, não conseguiu esconder o incômodo com a nova situação de Lula e seus certeiros e ácidos ataques, por outros os filhos do presidente da República reagiram imediatamente após a entrevista concedida pelo petista, em clara demonstração de que o tabuleiro político sofreu alterações.

É prematuro afirmar que Bolsonaro e Lula rivalizarão na corrida presidencial de 2022, mas é preciso reconhecer que ambos devem assumir a polarização política de agora em diante. A grande questão é saber se essa anunciada queda de braços beneficiará de alguma maneira a população.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) não demorou a pedir nas redes sociais que seus seguidores compartilhassem imagem que trazia o texto “a vacina é a nossa arma”, como se o presidente da República em algum momento, desde o início da pandemia, tenha agido como um defensor de primeira hora da imunização como forma de conter o avanço da Covid-19.

 
A pífia reação do senador surgiu na esteira das críticas de Lula ao fracasso no processo de vacinação e à flexibilização das regras para aquisição de armas de fogo por civis. Bolsonaro não apenas defende o armamento da população, na esperança de que sua turba possa reagir com violência em caso de uma derrota sua nas urnas, como sempre tratou com deboche e declarações absurdas a questão da vacinação. Na verdade, o presidente insiste no chamado “tratamento precoce”, que consiste no uso de medicamentos que não têm eficácia comprovada no combate à Covid-19.

Já o vereador Carlos Bolsonaro, do Rio de Janeiro, usou as redes sociais para afirmar que o pai jamais foi contra vacina. Acusado de liderar o chamado “gabinete do ódio”, Carlos é responsável pelas ações do presidente da República nas redes sociais, assim como pela reação da inflamada horda bolsonarista.

O último a entrar no circuito foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o famoso “fritador de hambúrguer”, que, após a patética cena em que o pai e assessores aparecem usando máscaras de proteção, disse em vídeo publicado no Instagram que a população brasileira deveria “enfiar no rabo” o equipamento de proteção.

“Eu acho uma pena, né, (que) essa imprensa mequetrefe que a gente tem aqui no Brasil fique dando conta de cobrir apenas a máscara. ‘Ah a máscara, está sem máscara, está com máscara’. Enfia no rabo gente, porra! A gente está lá trabalhando, ralando”, disse o descontrolado “03”.

Como reza a sabedoria popular, “o fruto não cai longe da árvore”, ou seja, o viés chulo e rasteiro dos desbaratados discursos da família Bolsonaro é questão genética. Depois que o presidente da República, ao responder a questionamentos de jornalistas, disse que compraria vacinas na casa da mãe de um repórter, a sugestão de Eduardo Bolsonaro não foge ao script do clã. Na verdade, a família presidencial tenta desesperadamente minimizar o estrago produzido pela péssima postura do governo em relação à pandemia.

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