Na berlinda devido ao pífio combate à pandemia, governo Bolsonaro precisa de um empurrão para cair

 
Inconsequente e inoperante, o governo de Jair Bolsonaro encontra-se em situação de extrema dificuldade diante do avanço perigoso e preocupante da pandemia de Covid-19. Enquanto o presidente da República redobra seu negacionismo, desafia a ciência e empurra a população no caminho da morte, setores da sociedade civil começam a se rebelar contra o governo.

A carta de economistas cobrando medidas urgentes de combate à pandemia – que inicialmente tinha 500 assinaturas de economistas e profissionais do mercado financeiro, mas agora passa de 1,5 mil – foi vista pelo Palácio do Planalto como ofensiva ao governo.

O que pensam os assessores de Bolsonaro pouco importa a essa altura da tragédia, pois é preciso reconhecer que a sociedade não mais suporta a inoperância oficial e a barbárie que tomou conta do País. Se os próceres do governo querem entender o documento como dura crítica a governo, estão no caminho certo.

A situação é de tal forma caótica, que o Ministério da Saúde continua sem comando, pois Bolsonaro pretende dar ao general Eduardo Pazuello uma saída honrosa, segundo informações da cúpula do governo. Ou seja, o presidente está preocupado em “salvar a pele” do pífio ministro, que foi demitido publicamente e continua no cargo, não em poupar vidas.

Enfrentando dificuldades para comprar vacinas contra Covid-19 em quantidade suficiente, o governo tenta se esquivar da responsabilidade de coordenar o combate à pandemia, deixando a missão a governadores e prefeitos, que entraram na mira de Bolsonaro por conta da adoça de medidas restritivas duras.

 
Enquanto a pandemia cresce na esteira da fermentação política da Covid-19, Bolsonaro insiste em defender o chamado “tratamento precoce”, que usa medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença. Na verdade, o “kit Covid”, defendido pelo presidente, causa efeitos colaterais graves e pode levar o paciente a óbito.

Um dos sabujos de plantão que dedicam ao presidente da República subserviência nauseante, o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) foi alvo de críticas de empresários durante reunião com lideranças políticas.

Representantes de diversos setores da economia reuniram-se, na segunda-feira (22), com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (Progressistas-AL), respectivamente, disseram aos parlamentares que o chanceler brasileiro é omisso, pois ao longo da pandemia não teve iniciativa para liderar questões relacionadas à compra de vacinas e insumos hospitalares necessários para o combate à pandemia.

Após afirmar ser positivo o fato de o Brasil ser considerado um pária internacional, Araújo critica aqueles que afirmam ser o País uma “ameaça à humanidade” por causa do descontrole da pandemia no território nacional.

Se por um lado o chanceler insiste em suas bizarrices discursivas, situação que obriga o Brasil a passar vergonha mundo afora, por outro o presidente da República volta a minimizar as quase 300 mil mortes por Covid-19. Na segunda-feira, o presidente questionou se mortes pelo novo coronavírus acontecem apenas no Brasil.

Se a cabeça de Ernesto Araújo voltou à mesa de discussões no meio político, a de Bolsonaro pode ser a próxima a rechear a ementa do Congresso Nacional. Como afirmou o UCHO.INFO em matéria anterior, o impeachment de Jair Bolsonaro é mais do que necessário e já passou da hora. É bom agir enquanto é tempo, pois o presidente mais uma vez ameaça a democracia, o Estado de Direito e as instituições como forma de se manter no cargo e eventualmente garantir a reeleição, ao custo de duas mil mortes por dia.

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