Covid-19: Brasil registra 3.950 mortes em 24 horas, novo recorde; Bolsonaro volta a criticar isolamento

 
Mais uma vez no pior dia da pandemia, o Brasil registrou novo recorde de mortes por Covid-19: foram 3.950 óbitos em 24 horas, totalizando 321.886 pessoas que sucumbiram ao novo coronavírus e suas perigosas variantes. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e foram divulgados na noite desta quarta-feira (31) pelo consórcio de veículos de imprensa.

Com o novo balanço, o mês de março chega ao fim com 66.868 óbitos, o que presenta mais do que o dobro das mortes registradas em julho de 2020, até então o pior mês da pandemia no Brasil, quando foram registradas 32.912 vítimas da doença.

A média móvel de mortes no País nos últimos sete dias chegou a 2.971, avanço de 42% na comparação como índice de duas semanas atrás. No rastro do pior índice de mortes pelo sexto dia consecutivo, o Brasil registrou pela primeira vez mais de 20 mil óbitos por semana, o que mostra o descontrole da pandemia.

Há 70 dias a média móvel de mortes está acima de 1 mil; há 15 dias, acima de 2 mil; e pelo quinto dia consecutivo a média está acima de 2.5 mil. O País caminha para 3 mil mortes diárias por Covid-19.

Em relação a casos confirmados, nas últimas 24 horas foram registrados 89.200 diagnósticos, totalizando 12.753.258 brasileiros que já contraíram o novo coronavírus desde o início da crise sanitária.

A média móvel de casos nos últimos sete dias foi de 75.154, alta de 5% em relação à média de quatorze dias atrás. Esse índice indica tendência de estabilidade nos diagnósticos.

Os números reais de casos e de óbitos pela doença são muito maiores, principalmente por causa da baixa testagem em larga escala e da subnotificação, como tem afirmado o UCHO.INFO desde o primeiro registro da presença do novo coronavírus em território brasileiro. Autoridades de saúde reconhecem que o cenário provocado pelo novo coronavírus no Brasil é muito mais grave e preocupante. Pelos nossos cálculos, com base em informações de especialistas em epidemiologia, o número de mortes por Covid-19 no Brasil é pelo menos 50% maior.

 
De acordo com o Ministério da Saúde, 11.074.483 pacientes haviam se recuperado da Covid-19 até a noite de terça-feira (30). O Conass não divulga o número de recuperados.

Sobre o plano de imunização do governo federal, até esta quarta-feira 17.620.872 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra Covid-19, o que representa 8,32% da população brasileira. A segunda dose foi aplicada em 5.091.611 pessoas, o que equivale a 2,4% da população. Considerando que as vacinas disponíveis no País exigem dose de reforço (segunda dose), o Brasil está muito longe da meta de vacinar 75% da população para conter a circulação do novo coronavírus.

Sem se importar com a tragédia que o novo coronavírus vem patrocinando em todos os cantos do País, o presidente Jair Bolsonaro, em mais uma demonstração de irresponsabilidade genocida, disse nesta quarta-feira (31) que não adianta ficar em casa.

“Tínhamos e temos dois inimigos, o vírus e o desemprego. É uma realidade. Não é ficando em casa que vamos solucionar este problema”, disse Bolsonaro, após reunião com o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Com base em dados do Conass, 17 unidades da federação têm alta no número de mortes por Covid-19: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Amapá, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Nortes, Alagoas, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Oito estados brasileiros registram estabilidade no número de óbitos: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Pará, Rondônia, Roraima, Bahia e Sergipe. Dois estados têm queda: Acre e Amazonas.

A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 153 no País. Em números absolutos, o Brasil é o segundo país com maior número de infecções e mortes, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 30,4 milhões de casos e mais de 551 mil óbitos.

Ao todo, desde o começo da pandemia, mais de 128,6 milhões de pessoas já contraíram oficialmente o novo coronavírus ao redor do globo, seno que 2,8 milhões de pacientes morreram em decorrência de complicações da Covid-19.

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