Bolsonaro prometeu acabar com a “mamata”, mas gastou R$ 2,3 milhões em viagens no final do ano

 
Quando concorreu à Presidência da República em 2018, o então candidato Jair Bolsonaro, em mais um dos seus muitos discursos embusteiros, disse à parcela incauta da população que, caso eleito, combateria firmemente a corrupção e acabaria com o que chamou de “mamata”.

Alguns meses após o início do mandato, Bolsonaro mostrou que o combate à corrupção não é seu forte, assim como nunca foi. Aliás, ele continua usando o poder que o cargo lhe confere para proteger os filhos, que entraram na mira das autoridades pelas mais diversas transgressões. Esperar que o contratante de um funcionário-fantasma combata a corrupção é excesso de inocência.

No que tange ao fim da “mamata”, Bolsonaro também não convenceu. Ao contrário, o presidente continua se esbaldando nas benesses do cargo, apesar de vender à opinião pública a falsa imagem de homem simples e do povo.

As férias de final de ano de Bolsonaro custaram ao contribuinte brasileiro mais de R$ 2,3 milhões, valor gasto entre 18 de dezembro e 5 de janeiro. Ou seja, mais de R$ 200 mil por dia.

A gastança foi informada ao deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que apresentou dois requerimentos de informações à Secretaria-Geral da Presidência e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

 
No final de 2020, o presidente viajou para São Francisco do Sul, no litoral catarinense, retornando a Brasília para os festejos do Natal. Na sequência, Bolsonaro viajou ao Guarujá, no litoral paulista, onde passou a virada do ano. Em ambas as viagens, o custo com a equipe de segurança foi de R$202.538,21.

De acordo com informações do GSI, os gastos com o transporte aéreo de Bolsonaro e seus asseclas foram estimados em US$ 185 mil, de acordo com tabelas de custos do Comando da Aeronáutica. Traduzindo em números, os deslocamentos do presidente nesse período sugaram dos cofres públicos aproximadamente R$ 1 milhão.

O GSI informou ao parlamentar que as despesas estão dentro do Orçamento Anual previsto para o gabinete e para a Aeronáutica. A Secretaria-Geral, por sua vez, informou ter gasto R$1.196.158,40 nas viagens do presidente, incluídos despesas relativas a hospedagem de Bolsonaro e sua equipe, alimentação e taxas aeroportuárias, além de combustível de veículos terrestres.

Independentemente do fato de os valores gastos estarem previstos no Orçamento Anual, as despesas representam um enorme deboche por parte do presidente, já que no final de dezembro o governo pagou a última parcela da segunda rodada do auxílio emergencial, com valor base de R$ 300. Além disso, as viagens foram feitas durante a subida da curva da pandemia de Covid-19, quando a recomendação era para que todos permanecessem em suas casas e respeitassem as regras de isolamento social.

Mas o brasileiro não pode reclamar, já que Jair Bolsonaro prometeu acabar com as “mamatas”. A propósito, aproveitando o tema, Bolsonaro precisa explicar a meteórica evolução patrimonial do filho 01, senador Flávio Bolsonaro, e os depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Somente um desavisado acreditou que Bolsonaro representava a mudança. Triste Brasil!

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