Miguel Díaz-Canel é eleito líder do Partido Comunista de Cuba

 
O governista Partido Comunista de Cuba (PCC) elegeu o presidente do país caribenho, Miguel Díaz-Canel, como seu novo líder nesta segunda-feira (19), no quarto e último dia do congresso da legenda em Havana. Raúl Castro havia anunciado sua renúncia ao cargo na última sexta-feira.

A sucessão marca o fim de mais de seis décadas de governo pelos irmãos Fidel e Raúl Castro, sob cuja liderança os revolucionários cubanos conquistaram Havana em 1º de janeiro de 1959, pondo fim à ditadura de Fulgencio Batista.

Díaz-Canel, que nasceu um ano depois da revolução, havia sucedido a Raúl Castro como presidente cubano em 2018, e era esperado que ele assumisse também o posto de primeiro-secretário do partido, cargo mais poderoso do país, após a aposentadoria de seu antecessor.

O novo líder do PC cubano tem enfatizado, desde que se tornou presidente, que busca dar continuidade à gestão castrista, e não se espera que ele afaste Cuba de seu sistema socialista de partido único, embora esteja sob pressão para promover reformas econômicas.

“Díaz-Canel não é fruto de improvisação, mas da seleção cuidadosa de um jovem revolucionário que tem tudo o que é necessário para ser promovido a cargos mais altos”, afirmou Castro no discurso de abertura do congresso na sexta-feira, quando confirmou sua renúncia à presidência do partido.

Díaz-Canel, de 60 anos, comandou o Partido Comunista de Cuba em duas províncias antes de ingressar no governo nacional como ministro da Educação em 2009. Em 2013, se tornou vice do então presidente Raúl Castro.

Nesta segunda-feira, o presidente cubano afirmou aos delegados do partido que consultaria Castro antes de tomar qualquer decisão estratégica sobre o futuro da nação, segundo um tuíte do Partido Comunista de Cuba. O discurso dele no congresso ainda não foi exibido.

Centenas de delegados do partido se reuniram durante os quatro dias do evento em Havana, usando máscaras e se sentando com várias cadeiras de distância entre si, em meio ao pior surto de covid-19 no país desde o início da pandemia.

 
O evento é o encontro mais importante da legenda, sendo realizado a cada cinco anos para revisar as políticas e eleger suas novas lideranças.

No congresso anterior, em 2016, Castro já afirmara que aquele seria o último a ser presidido pela chamada geração histórica dos que lutaram na Sierra Maestra para derrubar o governo do ditador Fulgencio Batista, apoiado pelos Estados Unidos.

Nova cúpula

Além de Raúl Castro, de 89 anos, deixam de fazer parte da cúpula outros dirigentes históricos, como o atual número 2 do partido, José Ramón Machado-Ventura, o comandante Ramiro Valdés e Marino Murillo, considerado o líder das reformas econômicas iniciadas há uma década.

A imprensa estatal cubana, a única com acesso à cobertura do evento, ainda não detalhou quem foi nomeado como segundo secretário do partido, no lugar de Machado-Ventura.

Entre os novos integrantes estão o primeiro-ministro do país, Manuel Marrero, e Luis Alberto Rodríguez López-Callejas, ex-genro de Raúl Castro e chefe do conglomerado cubano de propriedade militar Gaesa, que controla os ativos econômicos mais valiosos do país.

Continuam no órgão de direção, além de Díaz-Canel, o presidente do Parlamento, Esteban Lazo; o vice-presidente, Salvador Valdés; o vice-primeiro-ministro, Roberto Morales; e o ministro do Exterior, Bruno Rodríguez, entre outros.

Ao todo, a nova composição da cúpula conta com 14 dirigentes, três a menos do que a anterior. Entre eles, há três veteranos com mais de 70 anos e três mulheres: a presidente da Federação de Mulheres Cubanas, Teresa Amarelle; a cientista e diretora do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia, Marta Ayala; e a primeira secretária do partido em Artemisa, Gladys Martínez.

Os militares estão representados pelo recém-nomeado ministro das Forças Armadas Revolucionárias, o general do Exército Álvaro López Miera; o general de Divisão Lázaro Álvarez Casas; e Rodríguez López-Callejas, que é general de brigada.

A nova composição foi nomeada pelo Comitê Central eleito na véspera pelos 300 delegados que assistiram ao evento, representando os mais de 700 mil militantes. (Com agências internacionais)

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