“Nomadland”, filme da diretora chinesa Chloé Zhao, é o grande vencedor do Oscar 2021

 
O filme “Nomadland”, que narra a história comovente de uma mulher que decide viver em sua van e viajar pelo Oeste dos Estados Unidos, conquistou o Oscar 2021 de melhor filme em cerimônia realizada no domingo (25) e diferente do habitual devido à pandemia.

Também foi uma grande noite para a diretora do longa, Chloé Zhao, que levou para casa a estatueta de melhor diretora. Nascida na China, Zhao não apenas dirigiu “Nomadland”, mas também escreveu o roteiro e editou o filme. Foi a segunda vez na história que uma mulher venceu na categoria melhor direção.

Já havia sido considerado uma sensação o fato de duas mulheres, Zhao e Emerald Fennell, estarem na corrida pelo prêmio de melhor direção no mesmo ano – algo inédito no Oscar. Até então, Kathryn Bigelow era a única mulher a receber a estatueta, por seu filme “Guerra ao Terror”, em 2010.

Além de Zhao, outra mulher saiu como grande vencedora de “Nomadland”: Frances McDormand recebeu sua terceira estatueta de melhor atriz por seu papel como protagonista do filme, o qual ela também produziu.

Um ano diferente

Diferentemente de outras premiações durante a pandemia, incluindo a do Oscar 2020, a deste ano ocorreu de maneira presencial, mas de modo bastante restrito, somente com a presença dos indicados, apresentadores e alguns convidados.

A 93ª cerimônia do Oscar foi realizada na Union Station e no Dolby Theatre, em Los Angeles. Todos os indicados e convidados precisaram apresentar um mínimo de dois testes PCR para Covid-19.

Cerimônia marcada por diversidade

Neste ano, o Oscar – historicamente dominado por homens brancos – se destacou pelas várias estatuetas concedidas a mulheres e a pessoas não brancas, entre elas Zhao.

O ator Daniel Kaluuya venceu o prêmio de melhor ator coadjuvante por sua interpretação do jovem ativista Fred Hampton no filme “Judas e o Messias negro”. Hampton foi assassinado pelo FBI em 1969 após um informante se infiltrar na agremiação que presidia, o Partido dos Panteras Negras. Fred Hampton Jr. Trabalhou como consultor no filme, que contou apenas com integrantes negros na equipe de produção.

 
Anthony Hopkins surpreendeu ao levar o Oscar de melhor ator pelo filme “Meu pai”, no qual interpreta um homem com demência que recebe os cuidados da filha, interpretada por Olivia Colman. Um dos concorrentes de Hopkins, de 83 anos, era Chadwick Boseman, que morreu aos 43 anos em agosto do ano passado, após uma longa batalha contra um câncer. Esta foi a segunda estatueta de melhor ator recebida por Hopkins – 30 anos depois da que levou para casa por “O silêncio dos inocentes”.

Também fez história a veterana atriz coreana Yuh-Jung Youn, que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme “Minari”, sobre uma família coreana que começa uma nova vida em Arkansas, nos EUA. Ela se tornou a primeira pessoa coreana a ganhar um Oscar por sua atuação e a segunda atriz asiática a receber uma estatueta.

O prêmio de melhor roteiro original foi para o filme “Bela vingança”, de Emerald Fennell. Foi o primeiro longa-metragem da atriz e roteirista, que trabalhou como roteirista principal da popular série de TV “Killing Eve”.

A estatueta de melhor roteiro adaptado foi para “Meu pai”, de Christopher Hampton e Florian Zeller.

“Soul”, o primeiro filme da Pixar com um protagonista afro-americano, venceu na categoria de melhor animação. Um dos compositores do filme, Jon Batiste, se tornou o segundo compositor negro a receber uma estatueta.

Novas possibilidades na pandemia

A pandemia possibilitou que filmes de menor orçamento lançados via serviços de streaming tivessem uma chance de levar para casa um prêmio, uma vez que as datas de lançamento de blockbusters de Hollywood como “West Side Story”, de Steven Spielberg, e “The French Dispatch”, de Wes Andersen, foram adiadas por causa da crise.

“Mank”, produção da Netflix, levou os prêmios de melhor fotografia e de design de produção. O filme preto e branco de ritmo lento sobre o roteirista de “Cidadão Kane’, Herman J. Mankiewicz, havia recebido dez indicações.

O filme “A voz suprema do blues”, da Netflix, venceu nas categorias melhor maquiagem e cabelo e melhor figurino. Viola Davis foi indicada a melhor atriz pelo longa, tornando-se a atriz negra mais indicada ao Oscar da história.

O prêmio de melhor documentário foi para “Professor Polvo”, produção da Netflix. (Com Deutsche Welle)

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