O Brasil registrou no trimestre móvel de dezembro a fevereiro uma população desempregada de 14,4 milhões de pessoas, o maior número desde 2012, quando começa a série histórica. São 2,1 milhões de desempregados a mais do que no mesmo trimestre do ano anterior, quando a pandemia de Covid-19 ainda não havia provocado efeitos na economia.
Pessoas desempregadas são aquelas em idade para trabalhar que não estão trabalhando, apesar de estarem disponíveis e terem procurado um trabalho nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa.
A taxa de desemprego, que mede a parcela das pessoas na força de trabalho que estão desempregadas, chegou a 14,4% no trimestre de dezembro a fevereiro. É a segunda maior da série, superada apenas pelo trimestre de julho a setembro de 2020, quando foi de 14,6%.
Comparado com o trimestre móvel anterior, de novembro a janeiro, o número de desempregados no trimestre encerrado em fevereiro cresceu em 151 mil e a taxa de desemprego aumentou 0,2 ponto percentual.
A população desalentada, que reúne os não empregados que desistiram de procurar por trabalho, também foi o recorde da série histórica, com 6 milhões de pessoas nessa situação, 26,8% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
Os dados foram apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgados na sexta-feira (30).
7,8 milhões a menos de trabalhadores
A população ocupada no trimestre móvel de dezembro a fevereiro foi de 85,9 milhões de pessoas, 8,3% menor do que o mesmo trimestre do ano anterior. Em um ano, o número de pessoas trabalhando foi reduzido em 7,8 milhões.
Já o número de pessoas empregadas com carteira de trabalho no setor privado, sem considerar trabalhadores domésticos, foi de 29,7 milhões de pessoas no último trimestre móvel, queda de 11,7% em relação ao mesmo período de 2020, ou 3,9 milhões de pessoas.
O número de trabalhadores por conta própria chegou a 23,7 milhões, 3,1% a mais do que o trimestre anterior, o que indica pessoas que perderam empregos buscando alternativas como empreendedores individuais, muitas vezes em condições precárias. Mesmo assim, esse grupo é 3,4% menor do que há um ano.
Renda total caiu em um ano
Em geral, o número de desempregados registra aumentos sazonais no início de todos os anos, devido à dispensa de pessoas que são contratadas para trabalhos temporários no final do ano anterior.
Neste ano, porém, a piora da pandemia no início do ano e a interrupção do auxílio emergencial, que servia de estímulo à economia, podem ter contribuído para uma alta maior.
O rendimento real habitual, que mostra quanto as pessoas ocupadas receberam por mês em média, foi de R$ 2.520 no trimestre de dezembro a fevereiro, 2,5% menor do que no trimestre móvel anterior e estável em relação ao mesmo trimestre de 2020.
A massa de rendimento real habitual, que soma todos os rendimentos das pessoas ocupadas, somou R$ 211,2 bilhões, estável ante o trimestre anterior e 7,4% menor do que o mesmo trimestre do ano anterior. (Com agências de notícias)
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