Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) está decidido a repetir a postura do antecessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e não levar adiante qualquer pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro. De acordo com Lira, todos os pedidos de impeachment que aguardam deliberação são “inúteis”.
Um dos mais aguerridos integrantes do Centrão, bloco parlamentar que “vende” apoio ao governo, foi cobrado pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), para quem “abrir o processo de impeachment de Bolsonaro é uma questão democrática”.
O presidente da Câmara afirmou, há dias, que a extensa maioria dos pedidos de impeachment não tinha “absolutamente nenhuma razão de terem sido apresentados”, exceto a tentativa de criar “um fato político”. Os demais, segundo Lira, tinham “muito pouca coisa”.
Nesta segunda-feira (3), Lira respondeu à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a análise de pedidos de impeachment do presidente da República não é automática, assim como não há prazo legal para tal avaliação.
A resposta de Lira ao STF se deu não âmbito de recurso apresentado à Corte por um advogado que cobra a imediata análise de pedidos de impeachment contra Bolsonaro.
Em abril, a ministra Cármen Lúcia rejeitou, por razão processual, a ação impetrada pelo citado advogado, justificando que a Constituição não estabelece prazo para que o presidente da Câmara avalie a admissibilidade de pedidos de impeachment. A magistrada destacou em sua decisão que a avaliação de pedidos de impeachment é meramente política, não cabendo intervenção do Judiciário.
Que o Centrão existe à sombra do escambo político – o famoso e condenável “toma lá, dá cá” – todos sabem, mas é preciso questionar se a recusa de Lira em analisar os pedidos de impeachment faz parte de algum acordo com o Palácio do Planalto ou integra estratégia para, de olho nas eleições de 2022, deixar Jair Bolsonaro “sangrando” até lá, o que comprometeria ainda mais seu plano de reeleição.
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