CPI da Covid: arrogante e incompetente, Pazuello mente sem cerimônia para proteger Bolsonaro

 
General de Exército da ativa e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello compareceu à CPI da Covid sem farda, algo que muitos imaginavam que pudesse acontecer, mas não deixou para trás sua conhecida arrogância, como se fosse o último gênio da raça. Incompetente com todas as letras, Pazuello fugiu do primeiro depoimento agendado alegando contato com duas pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Mesmo assim, no aludido período de quarentena reuniu-se com integrantes do governo e submeteu-se a treinamento para não complicar ainda mais o governo durante sua fala aos senadores.

Pazuello iniciou sua participação na CPI sob os olhares do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o rei das “rachadinhas”, mas logo foi admoestado pelo presidente do colegiado por tentar direcionar a forma com as perguntas seriam formuladas. É importante ressaltar que o STF concedeu ao ex-ministro o direito de permanecer em silêncio em questões que o envolvam diretamente, mas tal autorização não significa que o depoente pode mentir ou dar ordens.

Claramente disposto a proteger o presidente da República, Pazuello afirmou que Bolsonaro jamais determinou o que deveria ser feito no Ministério da Saúde, contrariando o bordão “um manda, o outro obedece”, usado pelo militar durante transmissão pela internet após receber ordem para cancelar contrato de compra de 46 milhões de doses de vacina do Instituo Butantan.

O ex-ministro negou que houve ordem para suspender o contrato com o Butantan, contrariando fatos oficiais e a própria fala do presidente Jair Bolsonaro, que em 21 de outubro de 2020, durante visita ao Em visita ao Centro Tecnológico da Marinha, em Iperó (SP), disse: “Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”.

 
Na ocasião, Bolsonaro foi além em seu destampatório discursivo e descartou a compra de vacinas. “Toda e qualquer vacina está descartada”, disse o presidente. “As vacinas têm que ter comprovação, diferente da hidroxicloroquina, tem que ter sua eficácia, não pode inalar algo que o malefício é maior que o benefício”, completou.

Eduardo Pazuello disse que não houve por parte do presidente da República qualquer ordem para cancelar a negociação com o Instituo Butantan, ou seja, o ex-ministro deu a entender que não se deve dar crédito às declarações públicas de Bolsonaro.

A subserviência de Pazuello ao presidente Bolsonaro e às suas obsessões ideológicas é tamanha, que o ex-ministro chegou a dizer que o Brasil não é obrigado a seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa declaração demonstra o grau de irresponsabilidade do governo no enfrentamento da pandemia.

Em mais uma investida para proteger o presidente, mas sem abandonar o estilo “bate e assopra”, Pazuello, ao ser questionado sobre as medidas de isolamento, criticou a decisão do STF que concedeu autonomia a estados e municípios para adotar medidas de combate ao novo coronavírus, sem depender do governo central, que desde o início da crise sanitária tratou o assunto com a irresponsabilidade genocida esbanjada por Bolsonaro.

“Na realidade, o que fica claro nessa discussão é que os prefeitos e os governadores estão à frente do processo decisório das medidas restritivas que eles vão colocar. Nós apoiamos todas as medidas tomadas”, disse o ex-ministro, sem se ater ao fato de que presidente critica de forma recorrente as medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos.


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