Em mais um ato típico de ditadores, o presidente Jair Bolsonaro, informado pela imprensa de que o Comando do Exército e o Ministério da Defesa haviam decidido divulgar nota conjunta, nesta segunda-feira (24), sobre a participação do general Eduardo Pazuello em ato político no Rio de Janeiro, o chefe do Executivo federal proibiu a divulgação de qualquer comunicado relativo ao caso.
Bolsonaro telefonou para o ministro Walter Braga Netto (Defesa) e proibiu a divulgação da nota. A ordem foi cumprida pelo ministro e pelo Exército, que cancelaram o envio de comunicado aos órgãos de imprensa.
A ordem ditatorial de Jair Bolsonaro causou constrangimento entre os integrantes do Alto Comando do Exército, com direito a debates, que decidiu adotar medidas contra Pazuello sem informar a população acerca das medidas.
O Exército abriu processo para apurar transgressão disciplinar de Pazuello, que terá direito à ampla defesa por quatro dias. A decisão de abrir o processo de investigação foi tomada pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, após consultar todos os membros do Alto Com
De acordo como Estatuto Militar e o Regulamento Disciplinar do Exército, Pazuello está sujeito a punições que vão desde advertência verbal até suspensão, podendo chegar à prisão de no máximo 30 dias.
Diante do cenário marcado pelo totalitarismo do presidente da República, a ida do general Eduardo Pazuello para a reserva é questão vencida para a cúpula do Exército. Recentemente, Bolsonaro tentou uma manobra para promover o ex-ministro da Saúde, mas a possibilidade de uma rebelião no topo da caserna o fez desistir da ideia. Essa tentativa absurda explica o fato de Bolsonaro ter deixado o Exército pela porta dos fundos do quartel.
Como informamos em matéria anterior, o Alto Comando do Exército enfrenta um dilema considerável. Se ceder à pressão palaciana e não punir Eduardo Pazuello abrirá um precedente perigoso, permitindo que oficiais da ativa subam em palanques nas eleições de 2022 sem medo de penalidades. No contraponto, caso puna Pazuello, o Exército corre o risco de ser desautorizado por Bolsonaro, que na condição de chefe das Forças Armadas poderá anular a eventual punição.
Esse é o preço que as Forças Armadas começam a pagar por terem acreditado no discurso visguento do então candidato Jair Messias Bolsonaro, que ao arrepio do bom senso continua falando em “meu Exército”.
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