Punição a Pazuello é necessária e deve ser urgente, sob pena de forças militares distorcerem mensagem

 
A participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, de ato político realizado no Rio de Janeiro, no domingo (23), em apoio ao Jair Bolsonaro é um escárnio que precisa ser punido de acordo com as regras do Exército, sob pena de a imagem das Forças Armadas ficar ainda mais arranhada.

Pazuello, que durante depoimento na CPI da Covid afirmou que enquanto ministro sempre defendeu as medidas de proteção contra o novo coronavírus, apareceu ao lado de Bolsonaro sem máscara e discursou aos irresponsáveis bolsonaristas que em nome de uma ideologia causam aglomerações em meio a uma pandemia que dá sinais claros de sobrevida e retomada.

Não bastasse sua pífia passagem à frente do Ministério da Saúde, período em que o número de mortes por Covid-19 disparou de forma assustadora, Pazuello, que é investigado no STF e está em situação extremamente difícil na CPI da Covid, atentou contra as forças militares ao participar de evento político descabido e que não retrata o desejo da maioria da população.

Ao ex-ministro cabe o direito constitucional de se defender das acusações das quais é alvo, mas participar de uma manifestação política questionável depois nas inúmeras mentiras que vociferou na CPI da Covid representa desrespeito à memória dos quase 450 mil brasileiros que tombaram diante do novo coronavírus.

 
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, já conversaram sobre eventual punição a Pazuello. O Alto Comando do Exército trabalha nos bastidores para que o ex-ministro da Saúde seja punido de forma exemplar, para que a equivocada mensagem de Pazuello não seja encarada pela caserna como regra.

Ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann afirmou, no domingo, em mensagem compartilhada por WhatsApp, que a participação do general no ato político representa “fato gravíssimo”.

“O ato do general pazuello de subir no palanque com o presidente da República é gravíssimo. Representa uma lesão e um desrespeito ao regime disciplinar do Exército. E exige que as forças democraticas se manifestem”, escreveu Jungmann.

“Essa hora não é hora de calar. Por que, se ultrapassar desse limite, qualquer sargento, tenente ou capitão poderá fazer o mesmo. Isso representa a implosão da hierarquia e da disciplina militares que até aqui permaneceram incólumes a tudo isso. Portanto, o meu pedido é que falem. Não se pode aceitar que essa linha não pode ser ultrapassada”, completou o ex-ministro da Defesa.

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