Como afirmou o UCHO.INFO em matéria publicada na edição de 31 de maio, a forma debochada como o presidente Jair Bolsonaro reagiu às manifestações ocorridas em mais de 200 cidades brasileiras no último sábado (29) acabaria funcionando como combustível para novos protestos. A situação tornou-se pior por conta de declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que afirmou que os pedidos de impeachment contra Bolsonaro não avançariam por causa de uma “caminhada”.
Nesta quarta-feira (2), movimentos sociais e entidades sindicais marcaram para o próximo dia 19 de junho uma nova manifestação contra Bolsonaro. O protesto, que deverá ocorrer em todo o País, terá como pauta o impeachment do presidente da República, auxílio emergencial até o fim da pandemia e vacinação em massa contra o novo coronavírus.
“O objetivo de convocar essa nova mobilização é criar um ambiente para o impeachment do Bolsonaro”, disse Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto Guilherme Boulos (PSOL). “As manifestações do último sábado já mudaram o clima político e novas manifestações expressam a definição dos movimentos sociais de não esperar até 2022 passivamente com o País no caos e na tragédia”, disse Boulos.
Até lá, os organizadores estarão empenhados em consegui maior adesão aos protestos. É importante ressaltar que muitos dos manifestantes usavam máscara de proteção e respeitavam as regras de distanciamento, mas mesmo assim houve aglomeração, em especial nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Diante de uma possível terceira onda de Covid-19, que segundo especialistas começa a surgir no horizonte, Boulos afirmou que as manifestações do dia 19 contarão com os mesmos protocolos adotados nos protestos do último sábado. “A gente espera que seja nesse cenário para o dia 19”.
Faz-se necessário chamar a atenção para a posturas das forças de segurança durante os próximos protestos, pois há o País uma clara sinalização de que policiais militares alinhados ideologicamente a Bolsonaro estão dispostos a reprimir manifestações, a exemplo do que ocorreu na capital pernambucana.
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