Para desespero do presidente Jair Bolsonaro e os integrantes da base de apoio ao governo, a CPI da Covid será prorrogada. A decisão é do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que atendeu a um requerimento feito pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A comissão funcionará por mais noventa dias.
Há duas semanas, Randolfe apresentou o requerimento, que logo contou com as 27 assinaturas necessárias – um terço dos senadores –, cumprindo o que estabelece a Constituição Federal (artigo 58) e o Regimento Interno do Senado (artigos 145 a 153).
Com a prorrogação do funcionamento da CPI, o governo Bolsonaro continuará na mira das investigações sobre o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e os casos de corrupção no âmbito de negociações para compra de vacinas contra Covid-19.
De acordo com informações de bastidores, Pacheco já teria declarado que não se oporia prorrogação da CPI, mas que anunciaria sua decisão em data próxima ao término dos 90 dias iniciais.
A CPI da Covid foi instalada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), já que o próprio Pacheco se recusava a ler o requerimento de criação da comissão.
O fato de evitar a leitura do requerimento foi uma estratégia política de Rodrigo Pacheco, que deixou o ônus da decisão ao STF. Isso porque na ocasião o presidente do Senado se preocupava em não criar arestas com o governo
Agora, com a leitura do requerimento de prorrogação marcada para quarta-feira (14), o presidente do Senado entra em rota de colisão com o governo, que nos bastidores trabalha incessantemente para conter os efeitos dos escândalos envolvendo servidores do Ministério da Saúde, militares e atravessadores de vacina.
Rodrigo Pacheco, que foi eleito à presidência do Senado com o declarado apoio do Palácio do Planalto, já havia entrado na mira de Bolsonaro pelo fato de ser pré-candidato à Presidência da República pelo PSD. Pacheco ainda permanece filiado ao Democratas, mas como adiantou o UCHO.INFO está de malas prontas para migrar na direção do partido comandado por Gilberto Kassab.
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