Banco Mundial prevê que efeito da pandemia sobre emprego e salários no Brasil pode durar até nove anos

 
Relatório elaborado pelo Banco Mundial, divulgado nesta terça-feira (20), aponta que os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre a economia podem durar por mais nove anos no Brasil. As De acordo com o estudo, as áreas mais afetadas são empregos e salários.

O relatório “Emprego em crise: Trajetórias para melhores empregos na América Latina pós-Covid-19” destaca que países da região tendem a demorar mais no processo de recuperação quando há perda de emprego em meio a crises econômicas.

“No Brasil e no Equador, embora os trabalhadores com ensino superior não sofram os impactos de uma crise em termos salariais e sofram apenas impactos de curta duração em matéria de emprego, os efeitos sobre o emprego e os salários do trabalhador médio ainda perduram nove anos após o início da crise”, ressalta o documento.

 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril e se manteve em patamar recorde, atingindo 14,8 milhões de pessoas.

Segundo o Banco Mundial, os efeitos da pandemia, agora ameaçada pela variante delta, serão maiores para os trabalhadores sem ensino superior, ou seja, menos qualificados. Esse cenário pode significar aumento no desemprego e na informalidade, além da redução dos salários. Já trabalhadores com ensino superior não devem ter mudanças significativas nos salários e poderão ter mais oportunidades no curto prazo.

O Banco Mundial recomenda no relatório que o Brasil promova modificações no seguro-emprego e adote com rapidez políticas de inclusão de trabalhadores informais no mercado formal de trabalho.

Para o banco, as perdas de emprego são mais duradouras para trabalhadores com carteira assinada em locais com setores de serviço menores, menor número de empresas de grande porte, e setores primários maiores (agricultura, pecuária, pesca e extrativismo mineral).