Altamente contagiosa, a variante delta do novo coronavírus deve se tornar nos próximos meses a cepa dominante no planeta, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (21).
A mutação delta foi detectada pela primeira vez na Índia, com registros até agora em 124 territórios – 13 a mais do que na última semana –, já responde por mais de 75% das amostras sequenciadas em muitos dos principais países, afirmou a OMS.
“Espera-se que a variante delta supere rapidamente as outras variantes e se torne a linhagem dominante em circulação nos próximos meses”, divulgou a agência sanitária da Organização das Nações Unidas em sua atualização epidemiológica semanal.
Entre as outras três variantes preocupantes do novo coronavírus, a alfa, detectada inicialmente no Reino Unido, foi registrada em 180 territórios (aumento de seis em relação à última semana); a beta, que surgiu primeiramente na África do Sul, possui registro em 130 territórios (aumento de sete); e a gama, originária do Brasil, está presente em 78 territórios (aumento de três).
De acordo com as sequências do Sars-Cov-2 submetidas à iniciativa científica global Gisaid, durante as quatro semanas anteriores ao dia 20 de julho, a prevalência da variante delta excedeu 75% em vários países. A lista inclui África do Sul, Austrália, Bangladesh, Cingapura, China, Dinamarca, Índia, Indonésia, Israel, Portugal, Reino Unido e Rússia.
“Evidências cada vez mais notórias sustentam o aumento da transmissibilidade da variante delta em comparação com as cepas que não são consideradas preocupantes. No entanto, o mecanismo exato para o aumento da transmissibilidade permanece obscuro”, disse a OMS.
Quase 200 milhões de casos em todo o planeta
A OMS informou que cerca de 3,4 milhões de novos casos de Covid-19 foram relatados ao longo da semana que terminou em 18 de julho – um aumento de 12% em relação à semana anterior.
“Nesse ritmo, espera-se que o número acumulado de casos notificados globalmente possa ultrapassar 200 milhões nas próximas três semanas”, estipulou a OMS.
De acordo com a contagem realizada pela universidade americana Johns Hopkins, o foram registradas em todo o globo, desde o início da pandemia, mais de 191 milhões de infecções pelo novo coronavírus e 4,12 milhões de mortes ligadas à doença.
A Organização Mundial da Saúde afirmou que o aumento global na transmissão parece ser impulsionado por quatro fatores: mais variantes transmissíveis; o relaxamento das medidas restritivas de saúde pública; o aumento da interação social e um elevado número de pessoas ainda não vacinadas.
Os casos de infecção aumentaram 30% na região do Pacífico Ocidental e 21% na região europeia. Os números mais expressivos foram registrados na Indonésia (350.273 novos casos – aumento de 44% em relação à semana anterior), Reino Unido (296.447 novos casos – aumento de 41%) e Brasil (287.610 novos casos – queda de 14%).
O número de mortes semanais globais, no entanto, permaneceu estável em torno de 57 mil óbitos – taxa semelhante à registrada na semana anterior, após declínio constante por mais de dois meses. (Com agências internacionais)
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