Chegada de Flávio Bolsonaro à CPI da Covid, como suplente, reforçará narrativa insana do presidente

 
Com o retorno das atividades legislativas, que acontecerá na próxima semana, a CPI da Covid, em funcionamento no Senado, retomará os depoimentos para avançar nas investigações sobre a atuação do governo de Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e os escândalos envolvendo a compra de vacinas.

O retorno da CPI, que durante o recesso parlamentar focou na análise de documentos, deve ser conturbado e promete capítulos acalorados. Com a ida de Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil, a vaga do senador piauiense como titular na CPI da Covid será ocupada pelo suplente Luís Carlos Heinze (PP-RS), que nas sessões do colegiado tem se destacado pela insana defesa da cloroquina.

A vaga de titular deveria ser ocupada por Eliane Nogueira Lima, que nos próximos dias assumirá mandato de senadora por ser suplente do filho, o novo chefe da Casa Civil. Considerando que a participação em uma CPI exige experiência política e “jogo de cintura”, o PP preferiu indicar Heinze.

 
Com Heinze assumindo como membro-titular da CPI da Covid, a vaga de suplente será do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho “01” do presidente da República. Até então, mesmo não integrando a CPI, Flávio participou de algumas sessões para tentar defender um governo que derrete em meio a escândalos. Além disso, o senador fluminense protagonizou embates com o senador Renan Calheiros, relator da comissão, com direito a ofensas e ameaças.

Essa nova composição da CPI da Covid dará a Flávio Bolsonaro, mesmo como suplente, acesso aos documentos sigilosos que embasam as investigações. Isso fará com que o presidente da República aumente o ataque aos adversários e também à imprensa, algo comum desde o primeiro dia do mandato.

O fato de Luís Carlos Heinze substituir Ciro Nogueira na CPI em nada muda a difícil situação do governo, que vê com preocupação o avanço das investigações sobre as negociações para a compra de vacinas contra Covid-19. O mesmo acontece com Flávio Bolsonaro na condição de suplente. Mudará apenas o tom dos ataques e embates durante as sessões, já que a tropa de choque do governo será instada a endurecer o discurso.

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