COI expulsa dois técnicos de Belarus envolvidos no caso da velocista Krystsina Tsimanouskaya

 
O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta sexta-feira (6) que retirou as credenciais de dois treinadores de Belarus e pediu para deixarem a Vila Olímpica por terem supostamente tentado obrigar a atleta Krystsina Tsimanouskaya a retornar ao seu país.

A decisão ocorre após investigação formal do COI contra os técnicos Artur Shimak e Yury Maisevich por envolvimento no caso da velocista que buscou proteção no aeroporto de Tóquio para evitar a viagem forçada.

Ela disse temer por sua vida se tivesse que voltar a seu país. Desde as contestadas eleições realizadas de 2020, que mantiveram no poder o pró-russo Alexander Lukashenko, Belarus tem sido sacudido por protestos e dura repressão a dissidentes. Tsimanouskaya esteve entre as muitas figuras esportivas da ex-república soviética que criticaram publicamente a violência contra os participantes dos protestos.

COI: técnicos serão ouvidos

Seus problemas em Tóquio começaram depois que a atleta fez uma postagem no Instagram criticando seus técnicos por inscrevê-la na corrida de revezamento 4×400 metros sem avisá-la com antecedência.

O COI disse que os dois técnicos “terão uma oportunidade de serem ouvidos”, mas que as medidas contra eles foram tomadas “no interesse do bem-estar dos atletas” de Belarus que ainda estão em Tóquio.

Tsimanouskaya, de 24 anos, chegou a Varsóvia na quarta-feira, munida de um visto humanitário. Ela se disse “feliz por estar em segurança”, mas “surpresa de a situação ter se tornado um escândalo político, pois começou com uma questão esportiva”. Reforçou que “não estava pensando em asilo político” na Polônia, país-membro da União Europeia, e que só quer “seguir com minha carreira esportiva”.

 
Lukashenko ameaçou atletas antes dos Jogos

No poder desde 1994, Lukashenko, o último ditador da Europa, gerou indignação internacional em maio, ao enviar um caça para interceptar um avião da Ryanair que voava da Grécia para a Lituânia, a fim de prender um dissidente que estava a bordo.

Belarus está também na mira do COI desde 2020. Lukashenko e seu filho Viktor foram proibidos de participar de eventos olímpicos por perseguir atletas em virtude de suas opiniões políticas.

Pouco antes dos Jogos de Tóquio, Lukashenko alertou as autoridades esportivas e atletas que esperava resultados no Japão: “Pensem nisso antes de ir. Se voltarem sem nada, é melhor não voltar de vez.”

Ao chegar em Varsóvia, Tsimanouskaya exortou seus companheiros belarussos a “deixarem de ter medo e falar se sentirem alguma pressão”. (Com agências internacionais)

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