Apesar da anunciada rejeição à PEC do voto impresso, Bolsonaro não deixará de ameaçar a democracia

 
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso será analisada em plenário até quarta-feira (11).

Em entrevista concedida à rádio CBN, nesta segunda-feira (9), Lira afirmou que “as chances de aprovação podem ser poucas”, mas que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o compromisso de respeitar o resultado da votação em plenário.

“Nossa expectativa é que os Poderes acatem com naturalidade e respeitem (o resultado da votação). O presidente Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado do plenário.”, disse Lira.

Entre a eventual decisão do plenário da Câmara contra o voto impresso e a promessa de Bolsonaro de respeitar o resultado da votação há uma grande distância. Movido pelo autoritarismo, o presidente da República não acatará facilmente uma decisão contrária aos seus anseios.

 
Tanto é assim, que Bolsonaro preparou para terça-feira (10), dia em que a PEC do voto impresso poderá ser discutida em plenário, uma demonstração de força típica de candidato a ditador. Um comboio de veículos blindados, tanques de guerra e carros lança-mísseis estacionará diante do Palácio do Planalto, após percorrer a Esplanada dos Ministérios.

O objetivo da movimentação desse aparato bélico é entregar ao presidente da República convite para a Operação Formosa, maior treinamento militar da Marinha no Planalto Central. A operação, que está agendado para a próxima semana, contará com veículos anfíbios, aeronaves, carros de combate, veículos de artilharia e lançadores de foguetes, além de 2.500 militares.

Lembrando que as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário são separadas pela Praça dos Três Poderes, Bolsonaro tentará com essa manobra militar desnecessária mais um recado em tom de ameaça ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional, que resistem à PEC do voto impresso.

A questão que está sobre as escrivaninhas palacianas não é a eventual rejeição da PEC do voto impresso, mas as consequências do inquérito das “fake news”, que tramita no STF sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que acatou pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e transformou Bolsonaro em investigado.

Em outras palavras, Bolsonaro mira seus ataques no ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, na tentativa de mandar recado para Alexandre de Moraes, pois sabe que a depender do curso do inquérito das “fake news” seu projeto de reeleição irá pelos ares antes do previsto.

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