O presidente Jair Bolsonaro sabe que se não houver uma radical mudança no cenário da crise econômica seu projeto de reeleição está fadado a ficar pelo caminho. Sem perspectiva concreta de impulsionar a economia, começando pela redução da inflação real, não a utilizada pelo governo para corrigir títulos e dívidas, o presidente será obrigado a radicalizar o discurso, o que impulsiona a massa de apoiadores e abre espaços na imprensa para suas sandices.
Com o Brasil e os brasileiros enfrentando problemas dos mais distintos, Bolsonaro está preocupado apenas com as eleições de 2022. Aliás, essa preocupação vem desde o primeiro dia de mandato, já que o presidente vem se dedicando apenas aos planos eleitorais. Sem um discurso que convença a opinião pública, Bolsonaro ataca a democracia e ameaça as instituições.
Diante de um cenário desfavorável, o presidente confirmou nesta quinta-feira (26), durante entrevista, que participará de duas manifestações agendadas para o próximo dia 7 de setembro: em Brasília, pela manhã, e em São Paulo, à tarde.
“Pretendo, sim, participar do evento na (Avenida) Paulista, onde devo chegar por volta das 15h30. E aí, sim, em um pronunciamento mais demorado, falar com a população, dar uma mensagem de esperança e também mostrar para o mundo o quanto o povo está preocupado com o seu futuro”, afirmou Bolsonaro.
O presidente tem o direito de alegar o que quiser, mas afirmar que o brasileiro tem alguma dose de esperança com o que governo que aí está é não querer enxergar a realidade. Como Bolsonaro vem terceirizando a governadores e prefeitos os seguidos insucessos de seu governo, não é difícil imaginar o grau de populismo barato do prometido “pronunciamento mais demorado”.
A participação de Bolsonaro nos dois atos fere frontalmente a legislação vigente, pois são eventos políticos que atende aos interesses eleitorais do presidente da República, ou seja, sem qualquer vínculo com o governo.
O deslocamento de Jair Bolsonaro a São Paulo custará caro, sendo que o suado dinheiro do contribuinte não pode ser utilizado para amenizar o desespero político-eleitoral de um governante desastrado, incompetente e totalitarista, que vê os índices de popularidade despencarem com o passar dos dias.
Ademais, a participação em ambos os atos configura campanha antecipada, assunto que deve ser analisado com a devida urgência pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode decidir por abuso de poder político e econômico. A se confirmar essa tese, Bolsonaro pode se tornar inelegível, a depender da decisão do TSE.
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