Após Bolsonaro chamar de “idiota” quem clama por comida, governo planeja novo aumento na conta de luz

 
O Brasil é um país acéfalo em termos de governo. Em campanha desde que venceu a eleição presidencial de 2018, Jair Bolsonaro dedica-se, dia após dia, a bravatas e estultices, sempre ameaçando a democracia e as instituições. Sequer adotou alguma medida até o momento para melhorar a vida do brasileiro, pelo contrário. Negando de forma criminosa a ciência, o presidente deu as costas para a pandemia do novo coronavírus, alegando que “todos nós iremos morrer um dia”.

Com quase 580 mil mortes por Covid-19, em números oficiais, e uma crise econômica que só piora com o passar do tempo, ao presidente da República restou radicalizar o discurso para manter unida sua descontrolada base de apoiadores. Pouco importa se o caos social aumentou sobremaneira durante a pandemia, desde que Bolsonaro consiga levar adiante um projeto de reeleição que derrete de forma sistemática.

Nesta sexta-feira (27), em conversa com os apoiadores que diariamente se aglomeram no “cercadinho” do Palácio da Alvorada, Bolsonaro chamou de idiota quem critica o governo e diz que “precisa comprar feijão”. O presidente foi além em seu costumeiro desvario e afirmou que o brasileiro deve comprar fuzil.

“O CAC [caçador, atirador e colecionador] está podendo comprar fuzil. O CAC que é fazendeiro compra fuzil 762. Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar.”

 
Além do fato de que armar a população leva ao aumento de número de mortes, a absurda declaração de Bolsonaro não encontra respaldo legal, pois é proibida a venda de fuzil para a maior parte da população. Sem contar os armamentos que acabam nas mãos do crime organizado.

A fala de Bolsonaro, que serve apenas para alegrar os milicianos que o apoiam, acontece no mesmo dia do anúncio de elevação da tarifa extra (bandeira vermelha 2) da energia elétrica. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que em julho aumentou em 52% a tarifa da bandeira vermelha, em razão da crise hídrica, deve elevar o valor adicional em 58%. Ou seja, a tarifa pode subir de R$ 9,49 para um valor entre R$ 14 e R$ 15.

Considerando que os brasileiros, não importando as classes sociais, estão assustados com a disparada dos preços, em especial no segmento da alimentação, falar em compra de fuzis é atitude típica de idiota.

E por falar em idiota, a Psicologia considera a projeção um mecanismo de defesa no qual os atributos indesejados de determinada pessoa são transferidos a terceiros, muitas vezes transformados em ponto de partida de agressões verbais torpes e genéricas, como as vociferadas por Bolsonaro. Resta saber onde estão os eleitores que, em 2018, viram em Jair Bolsonaro a solução para os problemas nacionais.


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