Petrobras aumenta o preço do diesel em 9,2% e da gasolina em 7% a partir de terça-feira

 
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) um novo ajuste para a gasolina, 17 dias após o último aumento, e do diesel, cujo preço foi majorado em 28 de setembro. A gasolina aumentará R$ 0,21 por litro, ou 7% em relação ao preço anterior, e o diesel, R$ 0,28 por litro, alta de 9,2% em relação ao último aumento. O novo preço entra em vigor a partir da zero hora de terça-feira (26) nas refinarias da Petrobras.

O preço médio de venda da “gasolina” da Petrobras passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, enquanto o do “diesel A” passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro. Ambos os preços são para as distribuidoras de combustíveis.

Os preços dos combustíveis, em trajetória de alta desde o ano passado, têm causado preocupação à cúpula do governo Bolsonaro. Isso porque essa escalada de preços estimula o crescimento da inflação, que no acumulado de doze meses está em 10,25% ao ano.

No domingo (24), o presidente da República voltou a dizer que o governo não interferirá na política de preços da Petrobras. Essa declaração destoa do discurso de Bolsonaro por ocasião da demissão do então presidente estatal, Roberto Castello Branco. À época, o chefe do Executivo justificou a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para o cargo com a tese de que era preciso interferir na empresa para conter os preços dos combustíveis.

Agora, diante da realidade, o presidente Jair Bolsonaro destacou a necessidade de fazer algo para reverter a independência da Petrobras. “Alguns querem que a gente interfira no preço e isso não deu certo no passado e não dá certo. Pelos números do preço do petróleo lá fora e do dólar aqui dentro, infelizmente deveremos ter mais reajuste (nos preços dos combustíveis)”, disse.

 
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Nesta segunda-feira, em entrevista à rádio “Caçula FM”, de Mato Grosso do Sul, Bolsonaro voltou a dizer que o aumento dos preços dos combustíveis é uma “realidade” que “temos de enfrentar”.

Mesmo com uma crise econômica que foi agravada pela pandemia, Bolsonaro declarou que a economia brasileira “está reagindo bem”, lembrando que não é “o malvado” da vez. “Não quero aumentar o preço de nada, mas não posso interferir no mercado,” afirmou o presidente.

Os transportadores de carga autônomos têm enfatizado o descontentamento da categoria com o preço do óleo diesel. Preocupado com a paralisação dos caminhoneiros, marcada para 1º de novembro, o presidente anunciou na última semana um auxílio à categoria no valor de R$ 400 mensais, válido até o final de 2022. Durante o anúncio, Bolsonaro não revelou a fonte de financiamento do “vale-diesel”.

“Sabemos que é pouco por mês, mas estamos fazendo dentro do limite da responsabilidade fiscal”, afirmou o presidente. Contudo, lideranças dos caminhoneiros alegam que o governo precisa encontrar uma solução estrutural para a questão dos preços dos combustíveis, não criar um auxílio temporário.

Presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como “Chorão” e uma das principais lideranças do movimento de caminhoneiros, não poupou palavras para criticar a proposta do presidente da República.

“Eu acho que foi uma piada que ele (Bolsonaro) fez… ou será de verdade? Isso é uma piada de mau gosto. O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade, quer os compromissos que foram assumidos e que até hoje não saíram do papel”, disse Chorão, na última semana.

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