CPI da Covid quer que Jair Bolsonaro seja banido das redes sociais por divulgação de notícias falsas

 
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), quer que o presidente Jair Bolsonaro seja banido das redes sociais. O pedido foi incluído no relatório final do colegiado, em votação nesta terça-feira (26).

A medida é apoiada pela maioria dos membros da CPI e deve incluir um pedido de medida cautelar nesse sentido a ser encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo inquérito das “fake News”, que já investiga uma rede bolsonarista de disseminação de notícias falsas.

O pedido da CPI ocorre quatro dias após Bolsonaro usar uma “live” para fazer declarações que associaram falsamente as vacinas contra Covid-19 ao risco de desenvolver AIDS. Essa foi apenas a última de dezenas de declarações mentirosas do presidente em relação aos imunizantes.

O vídeo, repleto de mentiras de Bolsonaro, foi excluído do Facebook, do Instagram e do YouTube. A última plataforma também suspendeu a conta do presidente por sete dias. Não é a primeira vez que o presidente tem conteúdo apagado pelas redes ao longo da pandemia. Em 2020, ele já teve publicações com conteúdo falso suprimidas pelo Twitter e Facebook.

 

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“Bolsonaro reincide a cada dia, faz questão de cometer os mesmos crimes. Não muda. Só porque a CPI se encaminha para a reta final, ele acha que vai voltar a falar sozinho de novo nas redes sociais. Essa última declaração, sobre vacina e aids, agrava ainda mais as circunstâncias dele”, disse o senador Renan Calheiros em entrevista concedida ao jornal “O Estado de S. Paulo.

“Vou fazer um registro duro no relatório da CPI e estamos, adicionalmente, entrando com ação cautelar junto ao STF para bani-lo das redes”, completou o parlamentar.

No início do ano, Twitter, Facebook e YouTube baniram Donald Trump após o ex-presidente americano estimular a invasão do Capitólio, a sede do Congresso do país, uma ação que resultou na morte de cinco pessoas. Assim como Bolsonaro, Trump usava as redes sistematicamente para espalhar mentiras e ataques.

Na última semana, o relatório da CPI da Covid imputou a Bolsonaro nove crimes, inclusive o de “incitação ao crime” por espalhar sistematicamente notícias falsas e incitar o desrespeito às medidas contra a pandemia. O relatório também apontou que Bolsonaro comanda uma rede de notícias falsas com a participação de seus filhos e blogueiros bolsonaristas.

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