Nelson Freire, um dos maiores pianistas do planeta, morre no Rio de Janeiro aos 77 anos

 
Um dos maiores pianistas do planeta e vencedor de inúmeros prêmios, Nelson Freire morreu na madrugada desta segunda-feira (1), aos 77 anos, em sua casa no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Após sofrer acidente durante uma caminhada no Rio de Janeiro, em 2019, Freire passou por cirurgias no ombro e seu retorno aos palcos estava previsto para 2020, mas a pandemia obrigou o cancelamento dos recitais. Em agosto passado, o pianista cancelou sua participação como jurado do Concurso Chopin de Varsóvia.

Nascido em Boa Esperança, cidade do interior de Minas Gerais, em outubro de 1944, Nelson Freire aos três anos de idade e foi aluno de Nise Obino. Já no Rio de Janeiro, teve aulas de piano com Lúcia Branco.

Aos 12 anos, venceu o Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro. “O concurso abriu meu horizonte musical. Foi inesperado. Fui convidado a participar (não havia limite de idade), e dona Lucia foi logo me prevenindo, com seu vozeirão: Não pense que vai chegar às finais. Você vai competir com pianistas do mundo inteiro, com gente de 30 anos, premiada em outros concursos”, revelou Freira em entrevista publicada na edição de novembro de 2019 da Revista Concerto.

Logo depois, Freire seguiu para Viena, onde passou a estudar com Bruno Seidlhofer. Conquistou, em 1964, o primeiro lugar no Concurso Vianna da Motta, em Lisboa.

 
O que aconteceu na sequência foi o avanço de uma carreira extremamente exitosa, que fez de Nelson Freire um pianista consagradíssimo e um dos maiores de sua geração. Bach, Beethoven, Chopin, Liszt, Schumann, Schubert, Mozart, Grieg, Rachmaninov, Villa-Lobos, Debussy – Freire rodou o mundo para realizar recitais ou se apresentar com as maiores orquestras do planeta.

No início dos anos 2000, o Freire foi tema de documentário do cineasta João Moreira Salles. O filme revela a personalidade tímida de um pianista que sempre preferiu se manifestar através da música.

As gravações para o selo Decca renderam registros de referência de peças como o Concerto Imperador de Beethoven e o Concerto nº 2 de Chopin. Também foram marcantes os discos solo dedicados a Beethoven, Schumann e Debussy, além de Encores, em que gravou uma série de autores brasileiros.

Em 2018, jovens da Orquestra Sinfônica da Baixada Fluminense acompanharam um ensaio do pianista no Theatro Municipal. Ele afirmou que tocar no Brasil era especial.

“É diferente. Eu tenho que fazer um esforço para me concentrar. Além da emoção de estar aqui, onde estive tantas vezes. A primeira vez que eu pisei neste palco foi em 1953”, disse Nelson.

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