Mutirão do Senado para sabatinas de indicados a cargos públicos pode ser armadilha para André Mendonça

 
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta quarta-feira (3) um mutirão – entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro – para que as comissões permanentes da Casa analisem e votem as indicações de autoridades para cargos públicos.

O anúncio é considerado uma pressão para que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), agende a sabatina de André Mendonça, ex-advogado-geral da União e indicado pelo presidente da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), em julho.

“Fica designado pela Presidência esse período de esforço concentrado do dia 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, terça, quarta e quinta-feira, para que possamos fazer apreciação de todos esses nomes, tanto os pendentes de plenário, quanto aqueles pendentes nas comissões permanentes da Casa. Solicito a presença física de todos os senadores para que tenhamos melhor quórum possível para apreciação”, disse Pacheco.

Durante o “esforço concentrado” (sic), além da possibilidade de agendamento da sabatina de André Mendonça, os senadores poderão analisar e votar indicações para embaixadas do Brasil no exterior, conselhos de Justiça e do Ministério Público, agências reguladoras, entre outros órgãos.

 
Alcolumbre tem evitado ao máximo o agendamento da sabatina de André Mendonça como forma de retaliar Bolsonaro, que, segundo o senador, o abandonou após a eleição para a presidência do Senado. Davi Alcolumbre esperava ser convidado para assumir algum ministério, o que não aconteceu.

Além disso, Alcolumbre ficou contrariado com a entrega do “Orçamento secreto” ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)

É importante avaliar a manifestação de Rodrigo Pacheco sob o prisma das eleições de 2022. Agora filiado ao PSD, Pacheco é pré-candidato à Presidência da República. Isso significa que dificultar a vida de Bolsonaro, candidato à reeleição, faz parte do cardápio do senador, mesmo que ele negue.

Para muitos o movimento de Rodrigo Pacheco visa favorecer Bolsonaro, que insiste na indicação de um “terrivelmente evangélico” ao STF, mas uma eventual reprovação de André Mendonça, algo que não é impossível, representaria uma fragorosa derrota do presidente da República.

Faz-se necessário ressaltar que André Mendonça não conta com a complacência de muitos senadores por causa de seu alinhamento com a Lava-Jato. Considerando que a política é um jogo pesado e bruto, nenhuma hipótese deve ser descartada, principalmente faltando menos de um ano para a eleição presidencial.

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